16 abr Serra do Tabuleiro é riqueza para o estado
Artigo de Carlos Leomar Kreuz — presidente da Fatma (DC, 16/04/08)
Das 10 unidades estaduais de conservação sob responsabilidade da Fatma, o Parque Estadual do Tabuleiro é, de longe, a com situação mais problemática. Pressão social para o uso de áreas pertencentes ao Estado associada a interesses imobiliários e desenvolvimentistas entram em conflito com interesses preservacionistas.
Buscando equacionar o conflito, a Fatma está apresentando uma proposta redimensionando o território do parque. Esses novos limites, definidos após um diagnóstico ambiental e social feito por uma empresa especializada contratada pelo Programa de Proteção da Mata Atlântica, com investimentos de mais de R$ 600 mil pelo banco alemão KFW , estão, agora, em análise pelos prefeitos e lideranças dos municípios da área.
O primeiro grande avanço na direção da minimização do conflito se deu em 2006 quando foi alterado o decreto que criou o parque, excluindo-se as Áreas de Preservação Especiais, que vinculavam à unidade de conservação a área de entorno de 500 metros em todo o perímetro do parque. Com essa mudança, mais de 14 mil pessoas deixaram de ter suas casas ou propriedades afetadas diretamente pelo parque.
Com a nova proposta, mais 2.970 pessoas que hoje tem suas propriedades no interior do parque ficarão de fora. O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior unidade de conservação no Estado. Ocupa aproximadamente 1% do território de SC abrange áreas de nove municípios: Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Garopaba e Paulo Lopes.
Tem variada vegetação, que começa no litoral, com a Restinga, sobe a serra, alcançando o planalto em meio à vegetação dos Pinhais, passando pela Floresta Pluvial da Encosta Atlântica, Matinha Nebular e os Campos de Altitude da serra. Dentre a vegetação formam-se rios e córregos responsáveis pela água potável utilizada pelos moradores de toda a Grande Florianópolis.