Divulgado estudo com análises técnicas da proposta de Plano Diretor para Florianópolis

Divulgado estudo com análises técnicas da proposta de Plano Diretor para Florianópolis

Quase 100 pessoas representando pelo menos 20 instituições participaram na tarde desta quinta-feira, na sede da CDL, da Jornada de Apresentação dos Estudos sobre o Plano Diretor. Doze pareceres técnicos foram apresentados por arquitetos, engenheiros, economista, advogado, biólogo e oceanógrafo. O objetivo dos estudos, reunidos em uma publicação disponível para download (clique para baixar), é colaborar para o aprimoramento da proposta de Plano Diretor de Florianópolis através de recomendações e sugestões de caráter técnico. A Associação FloripAmanhã coordenou o grupo de trabalho multidisciplinar voluntário que realizou o trabalho entre abril e novembro, com a participação do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina – CAU SC; o Conselho Regional de Economia de Santa Catarina – CORECON SC; o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina – CREA SC e a Ordem dos Advogados do Brasil – Santa Catarina – OAB SC.

“Este trabalho não inviabiliza a participação popular e política das representações comunitárias, ao contrário, a participação técnica vai reforçar o que as comunidades reivindicam”, analisa Zena Becker.

A mesa do evento foi composta por Zena Becker, presidente da Associação FloripAmanhã, Silvia Ribeiro Lenzi, coordenadora técnica do Grupo de Estudos, Ronaldo de Lima, presidente do CAU – SC, Paulo Roberto de Jesus Presidente CORECON – SC, Leonel Ferreira Júnior, representando o CREA-SC e Pery Saraiva Neto, representando a OAB-SC e Maria Tereza Fortini Albano, arquiteta convidada.

Estiveram presentes na Jornada os vereadores eleitos Tiago Silva, Marcelo Fernando, Jerônimo Alves, Furlan, Vanderlei Farias, Gui Pereira e Celso Sandrini, o vereador em exercício Renato Geske, além de representantes da Prefeitura, da equipe do próximo Prefeito, de associações de moradores e de entidades representativas.

Veja a relação de Pareceres

Contribuições para a discussão do Projeto de Lei do Plano Diretor
Arq. Maria Tereza Fortini Albano

Desenvolvimento Estratégico e Impacto Econômico
Econ. Flávio Lopes Perfeito e Econ. Paulo Roberto de Jesus
Conselho Regional de Economia de Santa Catarina – CORECON/SC 7ª Região

Análise Jurídica do Plano Diretor
Adv. Lio Vicente Bocony – OAB

Integração Plano de Ordenamento Náutico e novo Plano Diretor
Alexandre M. Mazzer, D.Sc.- Oceanógrafo

Saneamento e Plano Diretor
Eng. Sanitarista Fernanda Maria Vanhoni,- CREA

APPs e Meio Ambiente
Emerilson Gil Emerim, Me.- Biológo e João Guilherme Wegner da Cunha,
Geólogo

Operações Urbanas Consorciadas e Enclaves Urbanos
Arq. Cesar Refosco

Aspectos Gerais do texto do Projeto de Lei do Plano Diretor
Arq. Silvia Ribeiro Lenzi; Arq. Raul Pargendler; Arq. Eduardo Castells e
Arq. Guilherme Llantada – Equipe arquitetos Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina – CAU SC

Parecer sobre o Plano Diretor
Roberto de Oliveira, PhD. Engenheiro Civil

Parecer sobre a Mobilidade no Plano Diretor
Prof. Roberto de Oliveira – PHD

Questões de Mobilidade constantes no texto do Plano Diretor
Arq. Dora Orth e Eng. Lenise Grando Goldner

Habitação, Crime e Urbanização
Miguel Ângelo Silveira e Prof. Roberto de Oliveira, PhD

Leia a Apresentação do Estudo

Nas audiências públicas do Plano Diretor de Florianópolis, ocorridas nos meses de março e abril deste ano, prevaleceram os embates sobre os procedimentos para a construção do Plano em detrimento da análise da proposta propriamente dita. Preocupados com a perspectiva de um crescente agravamento das questões urbanas locais sem a disponibilização de um Plano Diretor atualizado, cidadãos presentes nessas audiências se mobilizaram para encontrar alguma forma de contribuir para a superação deste impasse.

Atendendo a convocatória contida de apresentação texto do projeto de lei, a Associação FloripAmanhã convidou o Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina – CAU SC; o Conselho Regional de Economia de Santa Catarina – CORECON SC; o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina – CREA SC e a Ordem dos Advogados do Brasil – Santa Catarina – OAB SC para contribuírem no aprimoramento da proposta. Estas organizações profissionais indicaram representantes para comporem, juntamente com outros técnicos um grupo de trabalho multidisciplinar voluntário, reunido com o objetivo de apresentar contribuições fundamentadas em conhecimentos acumulados em suas áreas de atuação.

Este Grupo de Trabalho partiu de uma discussão geral para definir a abordagem que seria dada nas análises. Buscando tornar mais produtivo o trabalho, e objetivando não perder os conteúdos tratados, foi sugerido um modelo de estrutura para apresentação dos pareceres que incluíssem comentários, questionamentos e recomendações visando ampliar as discussões sobre os aspectos técnicos do Plano.

A gama dos pareceres reflete as áreas de competência dos participantes, podendo ocorrer, desta forma, que outras questões igualmente importantes não tenham sido devidamente tratadas. Sem a pretensão de apresentar uma nova versão para o Plano ou parte dele, este trabalho restringiu-se a tratar dos aspectos que possibilitem deixar mais claras as proposições nele contidas facilitando o posicionamento pró-ativo dos diversos atores sociais.

Também não houve preocupação de buscar compatibilização e consenso entre os pareceres. Ao contrário, a diversidade das opiniões com suas nuances contribui para evidenciar alguns cuidados necessários à formulação do plano como instrumento de gestão urbana, orientador de ações públicas e privadas no território do Município.

A complexidade de elaboração de um Plano Diretor que efetivamente traduza um Projeto de Cidade exige criteriosos cuidados em todas as suas etapas. Os avanços da participação social e suas reivindicações necessitam de um adequado suporte técnico. É um árduo trabalho de muitas idas e vindas para essa montagem. A etapa do somatório dos desejos individuais ou de grupos homogêneos precisa ser ultrapassada para que se possa atingir o patamar dos acordos ou do pacto social possível, que englobe o maior número de desejos compatibilizados com o que possa ser de interesse coletivo ( M.Tereza,2012).

Embora o Plano Diretor seja a principal expressão, a condução desse processo vai além da sua execução, abrangendo toda a Gestão Integrada do Planejamento Territorial. Uma estrutura institucional contemporânea e respeitada com uma equipe técnica competente e suficientemente dimensionada para assumir estas responsabilidades é condição imprescindível para se atingir os resultados almejados. A proximidade da mudança na administração municipal traz a oportunidade de retomada desse processo com a importância devida que o tema requer.

Nas últimas décadas inúmeros eventos internacionais vêm produzindo tratados sobre sustentabilidade e qualidade de vida nas cidades. Neste âmbito se fala muito nas escalas global e local sem que muitos de nós tenhamos consciência de que as maiores escalas representam meras abstrações. É na escala do lugar que se estabelece o modelo de desenvolvimento a partir das intervenções públicas e privadas, formais e informais, da minúscula casa aos grandes empreendimentos. O território real é o do município. Com esse entendimento , a responsabilidade de cada um de nós ultrapassa o limite das nossas propriedades, dos nosso clubes, da nossa cidade e abrange toda a escala planetária.

Cotidianamente precisamos nos indagar acerca da nossa parcela de contribuição nessa imensa construção coletiva. As discussões sobre o Plano Diretor nos oferecem a oportunidade de repensarmos essas nossas relações com o ambiente que vivemos e os impactos positivos ou negativos que vimos causando. O momento atual com a universalização do acesso as mais diversas informações, não nos dá o direito de privilegiarmos interesses individuais retardando decisões urgentes em prol do interesse coletivo.

A condição de moradores de Florianópolis, lugar tão privilegiado pela sua natureza, sua historia e sua cultura, exige de cada um de nós uma parcela de contribuição . Participar da consolidação de um compromisso de todos com a construção do uma cidade com maior qualidade ambiental, mais justa e sustentável é o principal objetivo deste documento.

Florianópolis, novembro de 2012

Ronaldo de Lima
Presidente
CAU – SC – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina

Paulo Roberto de Jesus
Presidente
CORECON – SC Conselho Regional de Economia de Santa Catarina

Carlos Alberto Kita Xavier
Presidente
CREA-SC – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
de Santa Catarina

Paulo Roberto de Borba
Presidente
OAB-SC – Ordem dos Advogados do Brasil – Santa Catarina

Coordenação Geral

Elizenia Prado Becker
Presidente
Associação FloripAmanhã

Coordenação Técnica

Silvia Ribeiro Lenzi
Arquiteta
CAU – SC – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina