07 nov Triste hora de estacionar
Quase todos os bicicletários anexos aos terminais de ônibus de Florianópolis foram abandonados ou têm outra função hoje
A integração de modais de transporte é um conceito defendido por especialistas para diminuir problemas de mobilidade nas cidades. Mas em Florianópolis está difícil colocar em prática esse princípio. A prova é que os bicicletários construídos junto aos terminais de integração foram abandonados ou extintos, como o de Santo Antônio de Lisboa, que serve de garagem para carros.
Hoje, o único bicicletário que segue aberto, porém sem vigia, é o da Lagoa da Conceição. Poucos ciclistas deixam as bicicletas no local. Outros preferem acorrentá-las nas cercas do terminal de integração para ficar a vista de todos. Um morador de rua usa o espaço para dormir. Assim como o da Lagoa, outros dois bicicletários – de Canasvieiras e Santo Antônio de Lisboa – foram construídos há cinco anos pela prefeitura, que não criou um sistema para administrar o espaço. O resultado foi o abandono ou transferência para outros órgãos.
Para Werner Kraus, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenador da Câmara de Mobilidade do Fórum da Cidade, os bicicletários seriam uma forma de acesso rápido ao transporte coletivo.
– Existe uma dificuldade do poder público em trabalhar a intermodalidade, inclusive para carros, pois seria importante também ter estacionamentos nessas estações – analisa Kraus.
Secretaria diz que falta de ciclovia esfazia bicicletário
Em 2010, a Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (Viaciclo) fez um estudo sobre a situação dos bicicletários.
– Fizeram um espaço legal, mas não souberam administrar. Depois entregaram a outros órgãos e deixaram uma estrutura qualquer para a bicicleta – lamenta o presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (Viaciclo), Daniel de Araújo Costa.
Segundo o secretário municipal de Transportes, Marcelo Roberto da Silva, os bicicletários deixaram de ser utilizados e foram entregues para outros tipos de uso pela falta de ciclovias e ciclofaixas que chegassem até os locais. No entanto, há vias ciclísticas próximas ao Terminal de Canasvieiras, como na SC-401.
(DC, 07/11/2012