24 mar A cidade que queremos
Artigo de Dirvo Tirloni – Presidente da ACIF (DC, 21/03/08)
O aniversário de Florianópolis deve servir para festejarmos a cidade e refletirmos sobre seu presente, seu passado e seu futuro. Vale também pensarmos nos grandes homens de nossa história, relembrar seus ensinamentos e tentar aplicá-los ao cenário que nos é apresentado. Em uma quadra histórica como a que vivemos, é válido nos espelharmos em um grande homem, notável justamente pela capacidade de planejar e construir o futuro: Celso Ramos. Ele foi o criador do Plano de Metas do Governo (Plameg). O número de secretarias de governo era reduzido, o que permitia uma boa gestão pública dos negócios.
Celso Ramos sabia ainda que o dinheiro não é tudo: importantes também são os projetos. É preciso saber usar instrumentos modernos, como as parcerias público privadas, o consórcio público, entre outras, e projetar a cidade de acordo com as necessidades e o interesse dos que a adoram. O município abriga hoje 400 mil pessoas e em 12 anos terá o dobro.
O planejamento precisa estar presente nesse crescimento. Educação, saúde e segurança são fundamentais. Também é preciso pensar em energia e em infra-estrutura. O Plano Municipal de Saneamento Básico tem que ser levado a sério. É prioridade construir o Plano Municipal do Gerenciamento Costeiro, o Plano Municipal de Transportes e o Plano Municipal (ou Metropolitano) de habitação/desfavelização, sem esquecer da necessidade de proteção ambiental.
Já que falamos em Celso Ramos, vamos ao cerne da questão. A cidade precisa de um Plameg de Fortalecimento dos Órgãos Públicos. Sem órgãos públicos fortes, ficamos à mercê de forças políticas nem sempre interessadas no crescimento sustentável da cidade. Por outro lado, o Ipuf, a Susp e a Floram fortalecidos garantiriam eficiência na fiscalização do Plano Diretor e das outras normas que guiam o crescimento da cidade.