06 ago Os candidatos e a mobilidade urbana
Mobilidade urbana em Florianópolis é o tema escolhido para a estreia da série Vida real. As reportagens que começam hoje buscam saber a posição dos candidatos a prefeito sobre temas importantes do cotidiano das principais cidades catarinenses. Até a votação de outubro, outras questões, que exigirão políticas públicas dos dirigentes municipais a partir de janeiro de 2013, serão respondidas pelos prefeituráveis de todas as regiões do Estado.
A resposta está na ponta da língua de muitos florianopolitanos. A mobilidade urbana é uma das maiores preocupações dos moradores da Capital e um dos principais temas da campanha municipal em todo o Estado. Para a estreia da série Vida real, o Diário Catarinense convidou os seis candidatos à prefeitura de Florianópolis para responder a duas perguntas sobre o tema.
Com grande parte de seu território localizada em uma ilha, Florianópolis tem limitações físicas que, somadas ao crescente número de veículos, geram congestionamentos diários. Para especialistas, uma saída é tirar o foco do transporte individual (carros e motos) e passar a apostar no transporte de massa. A conta é simples: um carro pode transportar, em média, até cinco pessoas, enquanto um ônibus tem capacidade média de 75 passageiros.
Hoje, a cidade conta com apenas um tipo de transporte coletivo – o ônibus –,em um sistema integrado que gera polêmica sobre sua eficácia. Neste contexto, uma das discussões gira em torno da aposta em novos modais, como transporte marítimo e o BRT. Para o professor da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenador da Câmara de Mobilidade do Fórum da Cidade, Werner Kraus, a discussão sobre transporte coletivo só faz sentido se envolver a região metropolitana da Grande Florianópolis, sendo que a conexão poderia ser feita por um sistema rodoviário (ônibus), transporte aquaviário ou até em soluções a longo prazo, como trens.
Especialista fala que sistema deve ser ágil
Para convencer as pessoas a optarem pelo transporte coletivo, Kraus diz que o sistema deve ser mais rápido do que o carro.
– Desta forma, ele aceita viajar em pé em troca da comodidade de não precisar dirigir no trânsito caótico. Por isso precisamos de canaletas exclusivas para ônibus – defende.
Os desafios para a mobilidade urbana é um dos temas debatidos pelo movimento Floripa Te Quero Bem. Durante as discussões, o comitê consultivo lançou questões como a redução da necessidade de deslocamento provocado pela centralização dos serviços básicos.
Outro ponto foi a qualificação do transporte, para que se torne mais sustentável e menos poluente, além da priorização do transporte ativo, como bicicletas e caminhadas, e do coletivo, que deve ser de qualidade, confortável e com preço acessível.
(DC, 05/08/2012)