19 jul A vez do ensino fundamental
(Da coluna de Estela Benetti, DC, 18/07/2012)
Para que os futuros cidadãos e profissionais sejam criativos, inteligentes e tenham capacidade de trabalhar em grupo a fim de colocar a economia brasileira num novo patamar, é fundamental que o país invista na qualidade do ensino fundamental. Esta foi a mensagem do especialista e pesquisador da USP José Pastore, em palestra durante a abertura da Jornada pela Inovação e Competitividade, promovida pelo Sistema Fiesc. Segundo ele, essa virada na qualidade da educação, já alcançada pela Coreia do Sul, Japão e outros países, depende muito mais de escolas e professores comprometidos do que de computadores nas salas de aula, embora sejam importantes. Ao falar para atenta plateia de 400 pessoas, José Pastore disse que a economia do presente e do futuro está mais calcada na inteligência e na qualidade do que em quantidade. Citou informação do ex-presidente do BC dos EUA, Alan Greenspan, de que nos últimos 50 anos, o PIB americano teve crescimento de 500% em valor, mas o peso continua o mesmo, deixando claro que muita tecnologia foi agregada. Também contou que, há dois meses, visitou a fábrica de automóveis da Hyundai, na Coreia do Sul, onde não viu pessoas na linha de produção que fabrica um carro a cada 55 segundos. Mas a área de engenharia tinha 10 mil engenheiros.
Nas salas de aula
Como os trabalhadores da indústria catarinense ainda têm uma baixa escolaridade, de apenas sete anos, enquanto os de países concorrentes têm mais, em torno de 12 anos, a Fiesc lançou ontem um programa de educação para industriários denominado Programa Elevação da Escolaridade Básica na Indústria. Segundo o presidente da entidade, Glauco José Côrte, o objetivo é ampliar a escolaridade dos trabalhadores com ensino de qualidade. Além disso, a federação estuda a criação de uma escola modelo de ensino fundamental para Florianópolis, que servirá de referência para instituições públicas do Estado.