22 maio Moradores de Florianópolis questionam critérios para recapeamento asfáltico
A primeira etapa de recapeamento asfáltico no Centro da Capital está quase concluída e moradores ainda questionam a necessidade do novo asfalto e o critério utilizado pela prefeitura para escolher os locais que foram recapeados. Enquanto algumas vias, que eram consideradas boas pelos moradores, são asfaltadas, outros pontos que não têm nem calçamento permanecem da mesma forma há anos. A primeira das três etapas de obras está custando cerca de R$ 4 milhões.
De acordo com o secretário municipal de Obras, Luiz Américo Medeiros, a equipe técnica da secretaria estuda desde o ano passado quais os pontos que deveriam receber os reparos, já que o orçamento é limitado em R$ 40 milhões. Os critérios básicos avaliados pelos profissionais foram a antiguidade da via, o estado de conservação e a intensidade do tráfego de veículos, considerando principais entradas, e vias coletoras da cidade.
Os últimos ajustes das 23 ruas, que recebem reparos desde abril, devem ser concluídos até agosto. Segundo o secretário, todas as ruas que ganharam o novo asfalto têm mais de 15 anos e o ideal seria fazer a manutenção de dez em dez anos. Outras que serão recapeadas ainda estão em fase de licitação.
Ao todo, serão repavimentadas 52 vias públicas. “Gostaríamos de asfaltar e melhorar a qualidade das ruas da cidade inteira, mas não temos condições agora, para isso seria necessário investimento de pelo menos R$ 200 milhões”, justificou Medeiros.
Camada asfáltica no mesmo nível das calçadas preocupa moradores
A rua Belizário Berto da Silveira, no Saco dos Limões, era calçada com paralelepípedo e recebeu a primeira camada de asfalto na semana passada. Alguns moradores acharam desnecessário o asfalto, porém o questionamento mais frequente é sobre a falta de planejamento e a preocupação com o nível da rua, que com a nova camada ficou quase no mesmo nível das calçadas.
Para o aposentado Manoel Machado, 57 anos, o asfalto é um benefício, mas não era uma necessidade. “Já que foi feito é preciso um comprometimento da prefeitura por completo. É necessário fazer a limpeza dos bueiros e a instalação de lombadas e faixas”, reivindicou.
“Tudo está sendo feito para trazer conforto e melhorar o fluxo das pessoas. A reclamações são pontuais”, afirmou o secretário municipal de Obras, Luiz Américo Medeiros.
No Centro, apenas parte da rua foi recapeada
No Centro da Capital, parte da rua Ângelo Laporta, transversal da avenida Mauro Ramos, foi recapeada. Porém, após as duas primeiras quadras, onde inicia a subida ao Morro da Cruz, o asfalto continua o mesmo.
No início do trecho, em frente ao ponto de ônibus, há buracos na pista. O empresário Alexandre Philippi, 43 anos, morador da rua há 13 anos, considerou o asfalto desnecessário. “Asfaltaram só as primeiras quadras por causa do acesso ao shopping, mas é um dinheiro público que poderia ser poupado”, opinou.
Jadson Martins, 28, analista de TI, mora no bairro Areias do Campeche, no Sul da Ilha, mas trabalha na rua Ângelo Laporta e deixa seu carro estacionado ali todos os dias. Ele também desconhecia os critérios usados pela prefeitura e pensa que o investimento poderia ter sido feito em ruas mais problemáticas: “Esta rua estava boa, não precisava de um novo asfalto, assim como outras ruas do Centro, e ainda assim parou na metade. Não sei se já havia um planejamento antigo que precisa ser cumprido, mas se for pensar em prioridades existem outras. Onde moro, por exemplo, há inúmeras ruas sem asfalto e com acesso precário”.
(ND, 21/05/2012)