14 fev Horário de Verão termina no próximo domingo
O Horário de Verão 2007/2008 termina à zero hora do dia 17 de fevereiro, próximo domingo. Com isso, às 24 horas do sábado (16/02), os relógios deverão ser atrasados em uma hora.
A medida, que começou à zero hora de 14 de outubro passado, abrangeu os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. Os Estados do Nordeste ficaram de fora, juntamente com os do Norte, porque o Ministério de Minas e Energia – MME avaliou que os benefícios seriam muito pequenos para essas regiões.
Ao todo, serão 126 dias de duração do Horário de Verão, 14 dias a mais do que na versão passada.
Em Minas
Na área de concessão da Cemig, espera-se, segundo avaliações prévias, uma redução na demanda máxima, ou seja, o pico diário da carga que ocorre no período das 18 às 22 horas, de 3,2%, correspondendo a 240 MW, potência que equivale a:
· geração a plena carga de quase duas usinas do porte da Usina Térmica de Igarapé (131MW) ou
· geração de quatro geradores da Usina Hidrelétrica de Três Marias, também a plena carga (66 MW cada) ou
· 30% da carga de pico de todo o Triângulo Mineiro, com 66 municípios, ou
· 12,6% da carga de pico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (34 municípios) ou
· demanda de pico de uma cidade de 640 mil habitantes.
No consumo, espera-se uma economia de energia de 0,5%, o que representa cerca de 32 MWméd ou 96 mil MWh durante todo o período do Horário de Verão. Essa economia é suficiente para abastecer, durante um mês, duas cidades do porte de Sete Lagoas ou Uberaba, que juntas têm uma população estimada de 510 mil habitantes.
Para o consumidor residencial, a economia se dá na menor utilização da iluminação artificial, que pode chegar a uma redução de até 5% no consumo mensal de energia.
No Brasil
A expectativa de economia no Sistema Interligado Nacional, de acordo com avaliações do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, é de 4% a 5% de redução na demanda. Em termos de demanda máxima, a redução deverá superar o valor de 2 mil MW, o que equivale, aproximadamente, ao dobro da carga de pico de Brasília mais o triplo da carga de pico de Florianópolis.
Objetivos
O objetivo principal do Horário de Verão é a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional – SIN no período de ponta. Com isso, obtém-se o alívio do carregamento dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, aumentando a segurança e a confiabilidade operativa, pois é reduzido o carregamento de todo o sistema elétrico nos momentos de pico, sendo melhoradas as condições de controle, principalmente em situações de emergências.
Segundo o engenheiro de operação Wilson Fernandes Lage, da Cemig, essa redução ocorre no período do ano em que o sistema é, de modo geral, submetido a condições operacionais mais críticas, reduzindo os riscos de desligamentos de linhas de transmissão, principalmente, devido a descargas atmosféricas. “Proporciona também melhores condições de suprimento, em termos de continuidade e qualidade de atendimento às diversas áreas dos sistemas”, explica.
Ainda como resultado do Horário de Verão, houve uma menor utilização da iluminação artificial, com redução do consumo de energia, principalmente, nas classes de consumidores residenciais e comerciais.
Mecanismo
O Horário de Verão provoca o adiantamento do horário civil em relação ao horário padrão, defasando a entrada da iluminação artificial, que é acionada mais tarde do que aconteceria normalmente. O efeito provocado é a não coincidência da entrada desse tipo de iluminação com o consumo demandado ao longo do dia pelo comércio e pela indústria, cujo montante se reduz após as 18 horas, e com outros tipos de consumo nas residências, cuja carga aumenta significativamente nesse horário, motivada, principalmente, pelo uso de chuveiro elétrico.
“Normalmente, a superposição dessas cargas causa o aumento da demanda na ponta e é inevitável no inverno. Já durante o verão, ao ser provocado o defasamento dessa carga através do adiantamento do horário civil com o Horário de Verão, obtém-se a diluição dos consumos no período de ponta e conseqüente redução dos valores de pico de consumo”, explica Wilson Lage.
(Patrocínio Hoje, 13/02/08)