26 mar Mar da Avenida Beira-Mar Norte é o mais poluído de Florianópolis
O metro quadrado mais caro da Capital, a Baía Norte, ao longo da Avenida Beira-Mar Norte, tem o mar mais poluído da cidade. São pelo menos 15 anos de água imprópria para banho por causa do esgoto lançado no mar.
Detalhe: os dejetos vem de toda Grande Florianópolis. A solução está no investimento em saneamento básico da região. O custo do único projeto com esse objetivo e ainda sem recursos garantidos é de R$ 850 milhões.
As baías Norte e Sul estão interligadas, suas águas se misturam pela circulação das correntes marítimas e o vento. Ao longo da Beira-Mar Norte são 40 tubulações que despejam esgoto e chuva na Baía Norte.
Todo esgoto doméstico sem tratamento lançado pelas cidades do entorno contamina as duas baías. Este tipo de esgoto é lançado por meio de ligações clandestinas nas galerias pluviais (água da chuva), rios e córregos de Florianópolis (Ilha e Continente), São José, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz.
O mar é o destino de tanta poluição porque os municípios não tem estrutura suficiente para tratar seu esgoto. Destino turístico eleito por revistas especializadas, Santa Catarina tem apenas 18% de cobertura no tratamento do esgoto produzido em 204 municípios do Estado.
O saneamento dessas cidades é responsabilidade da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). O restante do território está sob os cuidados de outras empresas e dos municípios.
Biguaçu é uma das cidades da Grande Florianópolis sem sistema de saneamento
Há cidades como Biguaçu que nem sistema de saneamento tem. Palhoça é outro exemplo de falta de investimento. Apenas 5% da população da cidade tem saneamento via município. Os habitantes do Bairro Pedra Branca tem o privilégio de ter sistema próprio. O restante do esgoto, incluindo o produzido pelos cerca de 150 mil turistas a cada ano, não tem tratamento.
Florianópolis tem saneamento apenas para metade da população. No verão, a poluição aumenta com os turistas e reflete nos pontos de coleta das praias analisados pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Canasvieiras ficou com todos os seis pontos impróprios no Carnaval.
— A rede coletora tem vazamentos. Quando dá enxurrada, entra em colapso porque vai muita água pluvial para o sistema de esgoto. E no Centro ainda tem muita clandestinidade — observa o técnico da Fatma, Marlon Daniel da Silva.
Percentual da população urbana com saneamento básico
Florianópolis: 55%
Santo Amaro da Imperatriz: 38%
São José: 30%
Palhoça: 5%
Governador Celso Ramos: 2%
Biguaçu: 0%
Bairros e empreendimentos com saneamento básico em Florianópolis e São José
Florianópolis
Centro, Agronômica, Trindade, Santa Mônica, Saco dos Limões, Maciço do Morro da Cruz, Costeira, Carvoeira (parcial), Pantanal (parcial), Lagoa da Conceição, Canto da Lagoa, Barra da Lagoa, Costa da Lagoa, Balneário Praia Brava, Conjunto Habitacional Parque da Figueira, Conjunto Habitacional Vila Cachoeira, Floripa Shopping, Parque Tecnópolis, Balneário de Canasvieiras, Canto do Lamin, Canajurê, parte da Cachoeira do Bom Jesus, Estreito, Coqueiros, Jardim Atlântico, Balneário do Estreito, Conjunto Habitacional Vila União, Conjunto Habitacional Caminho do Mar.
Obs: O restante tem sistema de tratamento caseiro incluindo ligações clandestinas, com exceção de Jurerê Internacional, bairro com sistema próprio.
São José
Campinas, Kobrasol, Praia Comprida e Forquilhinhas
Ligações clandestinas na Capital
Casan, prefeitura e Vigilância Sanitária estão fiscalizando 18 mil imóveis até julho de 2012. Recursos de R$ 366 mil. Objetivo é coibir o lançamento de esgoto nas galerias pluviais, rios, córrego e praias.
(Gabriela Rovai, DC, 24/03/2012)