11 fev Ecoturismo cresce mais de 20% ao ano
Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) mostram que, enquanto o turismo cresce 7,5% ao ano, o ecoturismo cresce mais de 20%. Estima-se que mais de meio milhão de pessoas no Brasil pratiquem, por ano, o ecoturismo, que deve empregar cerca de 30 mil pessoas, através de, no mínimo, 5 mil empresas e instituições privadas.
Em geral, dentre as áreas protegidas, os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, as Florestas Nacionais e as Áreas de Proteção Ambiental (APA), são as escolhidas para a prática do ecoturismo.
O Sebrae em São Paulo apóia e participa de Projetos de Roteiros Ecoturísticos, com o intuito de utilizar de forma sustentável o patrimônio natural. “Há uma crescente demanda para o consumo de roteiros de ecoturismo e, como conseqüência, a necessidade de um maior profissionalismo no setor. A capacitação de empresários que atuam nesta área é fundamental, uma vez que o prepara para atuar no mundo real, onde a gestão empresarial eficiente de seu negócio passa a ser um diferencial competitivo de mercado”, assinala Ary Scapin, consultor do Sebrae/SP.
Um desses roteiros é o de São Lourenço da Serra, a apenas 40 minutos de São Paulo. Em um dia, é possível fazer uma caminhada, ciclismo ou trilhas, vivenciando a Mata Atlântica. A região oferece três opções de Roteiros Ecoturísticos Integrados: Reserva Particular do Patrimônio Natural Paiol Maria (RPPN), Comunidade Itatuba e Integrado. Trata-se de um projeto idealizado pelo Instituto Vitae Civilis, que tem como parceiros o Sebrae/SP, em Osasco, o Ministério do Meio Ambiente e a Petrobras.
O projeto consiste na união de esforços para a implantação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com o envolvimento da Comunidade de Itatuba, para a exploração do Ecoturismo Sustentável no Município de São Lourenço da Serra. O Sebrae/SP atua neste projeto com capacitação em empreendedorismo, através de cursos sempre voltados ao empreendedorismo e cooperativismo.
Artesãos e empresários informais da Comunidade de Itatuba, que trabalham com artesanato, produção de velas e mel, foram capacitados com os cursos Aprender a Empreender, Saber Empreender e Juntos Somos Fortes.
“Passar por esta capacitação foi importante para nós, pois os cursos proporcionaram uma visão que antes não tínhamos, principalmente no que diz respeito aos custos de produção e aos cálculos para obtenção correta do preço de venda. Passamos a ter noção, por exemplo, da quantidade da matéria-prima que utilizamos. Começamos a fazer um controle e pudemos visualizar onde estavam os entraves. Houve um incremento de 30% em nossas vendas. Além do mais, aprendemos como contatar novos clientes. Antes, vendíamos direto para o consumidor, hoje, já fornecemos para estabelecimentos como lojas e supermercados”, destaca Davi Alberto Cornélio, empresário da região, que trabalha com tear manual, produzindo tapetes e cortinas.
“O município de São Lourenço da Serra está inserido em uma Área de Proteção de Mananciais, com amplas e diversificadas porções de Mata Atlântica. Isto atrai de maneira esporádica e desorganizada muitos turistas para a região, que acabam explorando os atrativos sem que existam ganhos para a cidade e seus habitantes.
O Projeto visa formatar os recursos naturais em atrativos turísticos, promovendo sua exploração de forma sustentável. Já que o Ecoturismo é vocação natural da região. O objetivo é gerar trabalho e renda, visando a auto-sustentabilidade e preservação do meio ambiente”, explica Adalberto Burci Nascimento, analista do Escritório Regional de Osasco, do Sebrae/SP e Gestor do Projeto.
Roteiros
No RPPN Paiol Maria é possível fazer caminhadas pesadas, moderadas ou leves, assim como ciclismo. São 11 mil metros de trilhas implantadas e monitoradas para dar o menor impacto possível à natureza. Toda a riqueza da fauna e flora do local é apresentada por jovens da região, qualificados para isso. O local oferece um Centro de Visitantes com comida caseira, feita por mulheres da comunidade.
Algumas programações incluem lanches no Canto do Rio, ao som da correnteza das águas do rio São Lourenço. O visitante poderá ainda apreciar o trabalho de artesãos da comunidade de Itatuba, no Centro de Artesanato. Este roteiro oferece cinco trilhas: Trilha das Canelas, Trilha das Águas, Trilha da Capela, Trilha Ibira-Mirim, Trilha Paiol Maria. Recebem grupos a partir de dez pessoas.
Quem optar pelo Roteiro Comunidade Itatuba, poderá percorrer, em um dia, alguns dos oito pontos de visitação, realizar oficina de artesanato, saborear uma deliciosa comida caseira, visitar um espaço preparado para a apicultura e fazer paradas em pontos altos do bairro para admirar as montanhas da região. Este roteiro pode atender até 40 pessoas por dia, desde que o grupo venha com transporte.
O valor do passaporte para passar um dia, sem refeições, é R$ 60 por pessoa, para qualquer um dos três roteiros. A estimativa do Projeto é receber cerca de 2.000 visitantes pagantes por ano. Mais informações podem ser obtidas no site www.ecoturismosls.org.br .
Um outro roteiro de Ecoturismo é a Ilha do Bororé, na Represa Billings, no extremo sul da cidade de São Paulo, a 25 quilômetros do Centro. O roteiro, que abrange dois territórios, a APA Bororé-Colônia e APA Capivari-Monos, nasceu em 2006, a partir da implantação do Programa de Desenvolvimento Turístico (PDTR) do Sebrae/SP, em 2003, onde as decisões e ações são acordadas com representantes da comunidade interessados no desenvolvimento sustentável do turismo local.
O Projeto de Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Artesanato é elaborado através da metodologia do Sebrae/SP e direcionado ao atendimento de territórios com potencialidades turísticas. “O Sebrae/SP é responsável pelo planejamento da atividade turística na região, com seis focos: Sensibilização e envolvimento da Comunidade, Capacitação de Empresários e Operacionais, Desenvolvimento de Produtos Turísticos, Gestão e Qualidade da Atividade Turística, Comercialização de Produtos e Estrutura de Recepção ao Turista”, explica Alan Félix, Analista e Gestor do projeto.
Mais de 200 pessoas receberam capacitação, através de cursos e consultoria. Com a inserção deste roteiro, cerca de 30 famílias foram beneficiadas, uma vez que, pelo menos um membro passou a ter um trabalho.
“A vinda do Sebrae para esta região gerou outra perspectiva para a população local, o que implicou em melhoria da auto-estima dessas pessoas. Antes, era um local esquecido, abandonado, sem nenhuma segurança. O homem e o meio-ambiente têm que saber conviver e o Sebrae nos ajudou muito nisso, principalmente no que diz respeito ao envolvimento. A comunicação entre as pessoas melhorou”, afirma Sérgio Milani, presidente da Associação de Turismo da Ilha do Bororé (Atiboré).
O roteiro, com duração de um dia, custa R$ 87,32 (para grupos com até 25 pessoas), engloba quatro atrações e é monitorado por duas pessoas da comunidade que fizeram um curso da área de Turismo, na USP.
O passeio começa com um café da manhã colonial, que é servido durante visita à propriedade Florarte, onde são cultivados cogumelos shimeji. Ali, o visitante conhece todo o processo produtivo. A próxima parada é na Igreja São Sebastião, edificada pelos primeiros moradores da região de Bororé, patrimônio tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Compresp). Em seguida, o visitante pode conhecer o Sítio Paiquerê, propriedade com 150 mil metros de área, às margens do Reservatório Billings. O passeio termina na Aldeia Indígena Guarani Pyau Krukutu, onde vivem cerca de 200 índios, localizada em Parelheiros.
Serviço:
Assessoria de Comunicação a serviço do Sebrae/SP – (11) 3177-4658
(Juliana Freitas, Sebrae, 08/02/08)