09 jan Segurança traz alívio à praia do Forte em Florianópolis
Salva-vidas. Quatro profissionais atuam em sistema de revezamento desde sábado
Depois da morte de dois irmãos, de uma família de Itajaí, na Praia do Forte, no dia 1º do ano, foi construído um posto salva-vidas no balneário do Norte da Ilha durante a semana passada. Os bombeiros estão ocupando a praia desde a manhã de sábado. Com segurança no local, os frequentadores da praia ficaram mais aliviados, principalmente quem tem crianças. Marcio Henrique Scouris levou o filho, Murilo, de seis anos, para passear no Forte. Apesar do salva-vidas na praia, ele não deixa Murilo entrar sozinho na água. Só em sua companhia.
Os irmãos, um de 11 e outro de 13, morreram afogados no primeiro dia do ano, na Praia do Forte. A repercussão com a morte das crianças foi grande. Muitos pais, nas praias da Grande Florianópolis, estavam preocupados com a segurança de seus filhos. O Corpo de Bombeiros decidiu transferir salva-vidas de outras praias para o Forte. São quatro profissionais em esquema de revezamento. Sempre, dois deles estão trabalhando.
O salva-vidas Carlos Arildo contou que eles estão trabalhando desde sábado, das 8h às 20h todos os dias, mas o seu trabalho não se resume apenas a olhar o movimento no mar. Ele também anda pela praia, alertando os banhistas sobre os locais de risco. Segundo Arildo, a Praia do Forte tem três pontos críticos, lugares de fácil afogamento. “Digo para os pais tomarem cuidado com seus filhos. Até para quem sabe nadar é um perigo”, alertou o salva-vidas.
Arildo disse que a praia tem 200 metros de faixa de areia. “Nadar até esse ponto é seguro, mas depois que passa desta marca, fica perigoso”, alertou. Segundo o salva-vidas, após esses 200 metros começam as correntes que vão para o mar aberto. E são essas correntes que levam a pessoa para o fundo.
Reinvindicação vem desde 2007
O presidente da Associação dos Moradores da Praia do Forte, Alberto Valdemiro, lembrou o quanto foi difícil o dia em que os garotos sumiram, até serem encontrados. “Bombeiros, pescadores e a comunidade, todo mundo estava atrás dos garotos. Os pescadores jogavam a rede para ver se conseguiam achar os corpos dos meninos. Quando a pessoa morre afogada, dificilmente conseguimos pegar ela com a rede”, lembrou Valdemiro.
Ainda segundo Valdemiro, quem encontrou o corpo de um dos meninos foi o irmão dele, ao ir pescar. “No sábado, eu acordei cedo, fui pescar e me lembrei que há poucos dias os menininhos morreram aqui. A gente fica triste com isso. Mas há males que vêm para o bem. Desde 2007 a gente pede salva-vidas para o Forte, e só depois da morte dos garotos é que colocaram o posto aqui”, completou Valdemiro.
(Por Daisy Schio, ND, 09/01/2012)