A síndrome das pontes

A síndrome das pontes

Por Moacir Pereira (DC, 27/11/2011)
A capital de Santa Catarina vive há 50 anos a chamada síndrome das pontes. Os sintomas começaram com febre alta na década de 1960 com os engarrafamentos na Ponte Hercilio Luz. Veio a improvisada substituição dos trilhos de madeira pelo asfalto e a ideia de uma nova travessia. O projeto original, contratado no governo Ivo Silveira, foi refugado, com novo contrato para construção da atual Colombo Salles. Com o aterro da baia sul dois equívocos que iriam mudar a paisagem, a história e a cultura da cidade.
O primeiro, pela eliminação do Miramar e de vários trapiches ao longo da orla e a inopinado de não reconstruir estes equipamentos de comunicação na borda do aterro. O segundo, a completa ausência de um projeto urbanístico e humanizado voltado para o mar, com deques de madeira, marinas e um calçadão entre o Iate Clube e a nova ponte. Ali edificando uma belíssima área de lazer com bares, lojas de artesanato, restaurantes, ateliers de artistas, modelos que estão espalhado pelas cidades litorâneos em todo o mundo.
Sobre a Ponte Pedro Ivo Campos a síndrome se repete durante a construção com as denúncias de corrupção, comissões de inquérito, prisões e uma longa novela politico-policial.
As três continuam doentes, por falta de manutenção. A Hercilio Luz ameaça desabar, alertam os especialistas. A Colombo Salles está com os pilares corroídos pela maresia, já com fratura exposta dos ferros de sustentação da área concretada. A Pedro Ivo não teve sequer concluídas as passarelas e a base da estrutura também é uma lástima.
Surge agora a proposta da quarta ponte. Projeto moderno, bonito, funcional. Sem muita contestação na parte continental. Mas com muitas dúvidas e previsões pavorosas sobre o afunilamento de milhares de veículos na saída insular pela Beira Mar Norte. Se hoje circulam 175 mil veículos pelas duas pontes, segundo o Deinfra, com a quarta vão entrar mais 100 mil todos os dias. Não é preciso ser especialista para prever o futuro da mobilidade na Ilha.

Lotação

Por Carlos Damião (ND, 28/11/2011)
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A “piada” dessa imagem – reproduzida do arquivo do ex-governador Colombo Salles – está na cena propriamente dita e na data em que foi registrada: 15 de março de 1975, dia da inauguração da segunda ponte entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente. A foto prova que os nossos problemas de mobilidade não são recentes, ainda que aquele tenha sido um dia de festa. Apenas se agravaram ao longo de 36 anos – e de mais uma ponte construída, a Pedro Ivo. E vem aí a quarta ligação!