Prefeitura lança selo e carimbo em homenagem à Cruz e Sousa

Prefeitura lança selo e carimbo em homenagem à Cruz e Sousa

Nesta quinta-feira, 24 de novembro, às 18h30, a Prefeitura da Capital lança um selo e um carimbo em comemoração aos 150 anos de nascimento de Cruz e Sousa. Nesta data, no ano de 1861, vinha ao mundo na Antiga Desterro uma das maiores expressões literárias do país. O evento ocorrerá no Museu Cruz e Sousa.

Na ocasião o Prefeito Dário Berger assina o decreto que dá o nome do poeta à Creche da Areias do Campeche, no Sul da Ilha, unidade com capacidade para atender 140 crianças a partir do ano que vem. O jornalista e escritor Uelinton Farias Alves irá falar sobre a trajetória e a importância do simbolista como negro e intelectual. Ele foi finalista do Prêmio Jabuti (2009) com o livro “Cruz e Sousa: Dante Negro do Brasil”. Haverá também música e declamação de poemas, dentre outras atrações.

Parceria

O selo foi produzido pela Empresa de Correios e Telégrafos e será utilizado nascorrespondências da Secretaria de Educação, além de ser destinado para usodidático nas unidades de ensino da Capital.

O selo contém uma imagem de domínio público, que retrata a paisagem urbana deFlorianópolis, então Desterro, em 1868. A autoria é de Joseph Bruggemann. Em sobreposto há a imagem da face de Cruz e Sousa. O projeto foi apresentando eapreciado na Associação Catarinense de Filatelia e na Diretoria dos Correios emSanta Catarina, e foi aprovado pelo Grupo Articulador – 150 Anos de Nascimento de Cruz e Sousa, composta por várias entidades.

Jáo carimbo permanecerá 30 dias na agência dos Correios, localizada na Praça XVde novembro, conforme critérios do Conselho Nacional de Filatelia, eserá utilizado em todas as correspondências desta agência de 24 denovembro a 24 de dezembro. Após este período, será remetido a Brasília paracompor o acervo filatélico nacional. A SME realizou a aquisição de seisréplicas do carimbo, destinadas a autoridades e instituições.

Show

Oevento de quinta-feira irá começar com a apresentação da banda da PolíciaMilitar de Santa Catarina. Já a cantora Maria Helena vai interpretar trêsmúsicas ligadas à negritude e o ator João Batista, o JB, declamaráos poemas “Vida Obscura” e “Acrobata da Dor”, de Cruz e Sousa. O simbolistaserá evocado novamente com “assinalado”, recitado por Leonardo Batz.

Combate ao racismo

Cruze Sousa nasceu João da Cruz. Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruz eCarolina Eva Conceição, desde pequeno a educação da criança ficou sob aresponsabilidade do ex-senhor da família, Marechal Guilherme Xavier de Sousa, eda esposa Clarinda Fagundes Xavier de Sousa. O casal, que não tinha filhos,além de cuidar de João da Cruz, deu o sobrenome a ele.

Em1881, Cruz e Sousa já comandava o Jornal Tribuna Popular, combatendo aescravidão e o preconceito racial. Dois anos depois, foi recusado como promotorda cidade de Laguna, justamente por ser negro.

Simbolismo

Cruze Sousa aprendeu francês, latim e grego, bem como se dedicou à matemática eciências naturais. O primeiro livro do poeta foi lançado em 1885, Tropos eFantasias, em parceria com Virgílio Várzea. Em fevereiro de 1893 publica Missale, no mesmo ano, em agosto, é a vez de Broqueis, que dá início ao Simbolismo noBrasil, movimento literário que se estende até 1922.

Tuberculose

Cruze Sousa casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatrofilhos, mortos por tuberculose. O poeta faleceu em 19 de março de 1898 nomunicípio de Antônio Carlos, Minas Gerais, igualmente vítima da tuberculose. Ocorpo dele foi transportado para o Rio de Janeiro num vagão para cavalos. Lá,no Cemitério de São Francisco Xavier, foi sepultado por seus amigos, dentre osquais José do Patrocínio, um dos destaques dos movimentos abolicionista erepublicano. No Rio de Janeiro ficou até 2007, quando teve seus restos mortaisacolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina- Palácio Cruz e Sousa, nocoração de Florianópolis.

(Prefeitura Municipal de Florianópolis, 22/11/2011)