Livro reúne fatos pitorescos e belas fotos da Capital

Livro reúne fatos pitorescos e belas fotos da Capital

No século 18, o navegador russo Vasilli deu uma salva de canhões ao se aproximar da fortaleza de Anhatomirim, localizada ao Norte da Ilha de Santa Catarina.

O cumprimento diplomático exigia uma resposta, que não veio. Preocupado, o capitão estrangeiro enviou um oficial à fortaleza para conferir o que tinha acontecido. Constrangido, o comandante português local explicou que estava sem pólvora.

Esta é uma das histórias pitorescas que preenchem as páginas do livro Florianópolis, Dois Olhares, que será lançado hoje, às 19h, na Livrarias Catarinense do Beiramar Shopping, na Capital.

Feito de textos e imagens, ao folheá-lo, a primeira impressão que se tem é surpresa. Afinal, como foram feitas aquelas fotos que exibem paisagens da Capital em preto e branco, mas que parecem negativos? O mistério será desvendado no evento, que terá a presença dos autores, o fotógrafo Antonio Rubilar Ferreira Leão e o jornalista Victor Emmanuel Carlson, para autógrafos e bate-papo.

Rubilar vai explicar o processo que usou para conseguir o efeito desejado. Fotógrafo amador desde 1972, atualmente se dedica à fotografia digital. Para obter as imagens ultravioleta, o fotógrafo abriu uma câmera digital comum e retirou o filtro que bloqueia a entrada de luz infravermelha. Depois, as imagens foram convertidas em preto e branco e provocaram o efeito curioso e diferente das já conhecidas – e outras, nem tanto – paisagens de Florianópolis.

O outro olhar exposto no livro é o do fotógrafo, empresário e jornalista Victor Carlson. Inspirado por intensa pesquisa histórica, Victor destaca o ponto de vista estrangeiro, especialmente dos navegadores, sobre a Ilha de Santa Catarina. Casos curiosos dão o tempero necessário para que o leitor não se prenda somente às belas imagens e saibam mais sobre a história da Capital.

– Há um grande desejo das pessoas em conhecer a história de Floripa. O grande problema da ciência é não conseguir dialogar com o público numa linguagem acessível. É aí que entra o papel do jornalista, para intermediar a transmissão da mensagem – afirma Carlson.

Em outra passagem curiosa, relatos de estrangeiros constataram que na Ilha de Santa Catarina as mulheres se vestiam à moda francesa e os homens, à inglesa. Foi num sebo que Carlson encontrou a obra que inspirou grande parte das referências históricas: Ilha de Santa Catarina – Relato de Viajantes Estrangeiros nos Séculos 18 e 19, com textos dos historiadores Osvaldo Cabral e Carlos Humberto Corrêa.

(Alícia Alão, DC, 05/12/2007)