27 set Mais saudável. Estudantes recebem merenda orgânica, em São José
O projeto que leva produtos orgânicos à mesa de quatro escolas de São José foi aberto ontem com um almoço no CEM (Centro Educacional Municipal), do bairro Morar Bem. De início 1.023 estudantes serão beneficiados com alimentos livres de agrotóxico, ao menos uma vez por semana. Para o próximo ano a oferta será estendida a toda a rede pública do município. Aipim, frango, saladas, sucos e geléias estão entre os itens adquiridos de uma cooperativa da região das encostas da Serra Geral, que integram municípios como São Bonifácio e Anitápolis.
“Nossa horta não tem agrotóxico”, diz sem titubear o pequeno Sanderson da Silva, 9. O estudante participa desde o início do ano letivo da implantação de uma pequena horta do CEM Morar Bem. Orientados pela professora Vera Costa, 120 dos 240 alunos cultivam beterraba, repolho, tomate, rúcula, alfaces, além de salsa e cebolinha verde. “Eles sabem a diferença entre os alimentos orgânicos e os que levam agrotóxico. Já servimos misturados, sem contar, e eles identificaram pelo sabor”, comemora.
Vera lembra que a intenção é ampliar o espaço de plantio. “Teremos um novo ambiente só para plantas medicinais. E futuramente pretendemos implantar uma horta comunitária”, antecipa. Com a ajuda da professora os estudantes aprendem como funciona a cadeia alimentar. “Vamos plantar flores para que os pássaros venham e comam insetos”, diz o pequeno Mateus Arcênio, 11 anos.
Projeto está previsto em Lei Federal
A inserção de alimentos orgânicos na merenda escolar está prevista na Lei 11.947 de julho de 2009. Nela fica estipulado que ao menos 30% da alimentação das escolas públicas sejam oriundos de produção familiar agrícola. Até o final do ano a prefeitura de São José destinará R$460 mil à aquisição de produtos livres de agrotóxicos. “Hoje iniciamos o projeto que implantação de hortas escolares, aproveitamento do óleo de cozinha e cuidados com resíduos orgânicos”, diz o secretário de Educação Círio Vandresen.
A contratação da Cooperativa Agreco se deu por meio de chamada pública. De acordo com seu presidente, Adilson Lunard 50 das 300 famílias cooperadas serão beneficiadas com o contrato. “Forneceremos mais de 100 toneladas de alimentos até o mês de dezembro”, detalha, lembrando ainda que a diferença de preço entre os produtos que levam agrotóxico em seu cultivo em relação aos que estão livres de componentes químicos é de 30%. “A Lei ampliou o mercado e por essa razão a diferença vem diminuindo”, assegura.
Alessandra Oliveira, ND, 27/09/2011