09 set A polícia “visível”
A escalada da violência e da criminalidade em Santa Catarina ultrapassou o limite suportável. Acossada pela marginalidade, a sociedade exige que a questão da segurança pública seja tratada como prioridade máxima pela governança. Não dá mais para esperar nem admitir que entraves burocráticos retardem medidas que dizem respeito à defesa da vida e do patrimônio dos cidadãos. Registre-se que, atualmente, nos centros urbanos, constata-se também a ação de gangues e facções criminosas organizadas, as quais, tendo o tráfico de drogas como pano de fundo, dominam áreas periféricas a ferro e fogo e aterrorizam a população.
Neste cenário sombrio, finalmente e após muito tempo de desvalia, anote-se uma reação positiva e “visível” da autoridade pública. Trata-se da chamada Operação Hércules, que foi realizada em conjunto pelas polícias Civil e Militar em Florianópolis. O patrulhamento ostensivo e atuante nas ruas à noite promoveu a abordagem de tipos suspeitos e adolescentes infratores, que foram apreendidos. A operação, já no seu primeiro dia, mereceu as melhores referências da população. Com efeito, o simples fato de ver a polícia em ação e atuando com rigor conforta e restaura a confiança da sociedade nos serviços públicos a que tem direito.
A ação empreendida na Capital não pode ser apenas episódica, mas há que transformar-se em rotina pela Secretaria da Segurança Pública, que com ela marcou um tento. Espera-se que não tenha sido apenas uma “jogada de marketing”, um engodo. Afinal, segurança pública foi anunciada pela atual administração como uma prioridade durante a campanha eleitoral. Apesar da carência de maiores efetivos nas duas corporações, avanços são possíveis. E na medida do possível, vale esperar, também, que a “visibilidade” e o patrulhamento rotineiro e atento estendam-se a outros centros urbanos na guerra contra a marginalidade que contamina e ameaça a sociedade.
(Editorial, DC, 09/09/2011)