31 ago Prefeitura amplia número de vagas e taxistas pedem mais fiscalização
Enquanto categoria e poder público não entram em um consenso, população sofre com a falta de táxi
Os 212 aprovados no último concurso para a concessão de novas placas de táxi, escolhem nesta quarta-feira (31), os pontos onde devem trabalhar. Com objetivo de disponibilizar mais táxi para a população, a Prefeitura de Florianópolis criou 242 novas vagas. Porém, a medida é contestada por entidades, sindicato e taxistas. Para eles, a falta do serviço, um problema já crônico na cidade principalmente em dias de chuva, não se resolve com a criação de mais placas e sim, com mais fiscalização e mobilidade nas vias urbanas.
Dias de chuva, horários de pico, ou dependendo do bairro, a população sempre fica a espera de um táxi. Para resolver o problema foram criadas mais 242 novas vagas, 120 já estão em circulação e em torno de 112 devem ser ocupadas nos próximos dias. Segundo os motoristas de táxi, um dos principais gargalos do problema é o próprio trânsito. “Está inconcebível”, reclama o taxista que trabalha no Beira-mar Shopping, Fábio Adriano da Rosa. A ocupação irregular dos pontos de maior movimento também contribuí para a falta de táxi em alguns bairros. “ O núcleo de transportes não fiscaliza”, aponta Rosa.
A equipe do ND visitou alguns pontos da cidade e constatou a desobediência dos taxistas. No ponto Santos Dumont, na Trindade, taxistas observam que apesar de ter 10 carros no ponto, o local é visado por “pescadores” – carros de outros pontos e até mesmo de outras cidades. “Aqui já temos dez carros, virão mais dois, vai ser muita gente trabalhando. Se fazíamos R$ 200 em 24h, agora vamos fazer R$ 120”, avalia o taxista Fábio Bento da Silva. O problema se repete em, outras regiões. “Aqui vem carro até de Jacinto Machado”, reclama o taxista da praça 15, Roberto Vieira. A escolha das novas vagas ocorre às 10 horas, no auditório da Fecomércio-SC, rua Felipe Schmidt, 785, Centro.
“População está indignada”, diz João Batista
O vice-prefeito e secretário de Transportes, João Batista Nunes, reitera a necessidade do serviço. “Todo mundo critica a falta de táxi na cidade. A população está indignada. Os pescadores existem porque o sindicato não promove o fortalecimento da categoria”, dispara João Batista. Cerca de 40 fiscais da prefeitura que atuam na fiscalização de todo o tipo de transporte público da cidade. “Os taxistas têm que trabalhar nos seus pontos. Se forem pegos em situação ilegal por mais de três vezes, o permissionário vai perder a concessão”, disse.
Falta mobilidade, alega Associação
Para o presidente da Associação dos Taxistas de São José e Florianópolis, Carlos Humberto Vieira o estudo feito para ampliar o número de vagas nos pontos não está de acordo com a realidade. “Mandamos relatórios mensais para a prefeitura que identifica os locais com maior demanda”. Segundo Vieira, a Central de Rádio Táxi registra em média 50 mil chamados por mês. “Ano passado pedimos mais 89 carros. Agora querem colocar mais 100. Não temos mobilidade e nem espaço físico nos pontos”, questiona. No ponto do Beira-mar Shopping, o motorista Valério Scalvim reclama que o ponto que tinha 10 vagas, foi ampliado para mais duas e agora vai abrigar mais três. “Aqui só temos espaço para sete”, observa.
O Sindicato dos Taxistas também contesta a decisão da prefeitura. “Tinhamos um acordo, não nos consultaram, agora a prefeitura vai ter que resolver estas questões”, disse o vice-presidente João Lídio da Costa.
Relatório das chamadas/ mês Julho 2011
(Fonte: Central de Rádio Táxi)
Agronômica: 3.087
Armação do Pântano do Sul: 06
Barra do Sambaqui: 03
Centro: 20.995
Novo Campeche: 01
Pântano do Sul: 03
Trindade: 2.570
Campecha: 134
(Por Mônica Amanda Foltran, ND, 31/08/2011)