19 nov Praia movimentada e comércio vazio
Quem passou na manhã de ontem pela praia de Canasvieiras, pode perceber o grande movimento de turistas na região. O pátio destinado aos veículos de excursão estava lotado e, pelas ruas, era fácil encontrar um ou dois ônibus de turismo, principalmente em frente aos hotéis. O presidente da Associação de Moradores de Canasvieiras, Daniel Schoroeder, estima em mais de 50 o número destes coletivos espalhados pelo bairro. “Este feriado superou todas as expectativas”, afirma.
Segundo o paulistano Marcelo Cintrini, que ontem ajudava na segurança dos ônibus, turistas de diferentes partes do País escolheram Canasvieras para passar o feriadão. “Tem gente do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Argentina e até da Jamaica. Mas a grande maioria veio do interior de São Paulo”. Morador da região há pouco mais de dois meses, Cintrini justifica a invasão paulista devido ao feriado do Dia da Consciência Negra, comemorado na terça-feira naquele Estado. Boa parte desse pessoal é formada por estudantes, que aproveitaram o feriadão para conhecer a Capital.
É o caso do grupo de amigos Wilber Paulino, Rodrigo Ribeiro, Tiago Silva, Paulo Henrique Antônio e William Paulino. Vindo de Campinas e pela primeira visitando Florianópolis, o grupo só deve retornar na terça-feira. “Disseram que aqui encontraríamos as mulheres mais bonitas e constatamos que é verdade”, aponta Tiago.
Os campineiros, que planejaram a viagem em agência, devem deixar no comércio cerca de R$ 500,00 cada um, entre estadia, locação de veículo, alimentação e gastos com compras. “Floripa é tudo de bom”, atesta Wilber.
Os donos de barcos de passeio são os que mais comemoram o aumento no fluxo turístico da região. Desde a véspera do feriado até ontem, cerca de 3 mil turistas embarcaram nas seis escunas que partem do trapiche rumo aos mais diversos roteiros, pagando de R$ 25,00 a R$30,00 cada ingresso. O movimento dos três dias eqüivale a quase metade de todo o período de inverno. “Ficamos surpresos e creio que a melhora do tempo ajudou nisso”, afirma o marinheiro Mário José Raul, responsável pela escuna Canasvieiras.
Os hotéis e pousadas também registram aumento de hóspedes. “Estamos com 70% de ocupação, um pouco mais do que o normal”, confirma a gerente da pousada Morada das Flores, Cíntia Cherubin. Ela espera que para a temporada de verão o movimento acompanhe o índice do feriado.
Lojista espera por melhoria nas vendas
Se por um lado os empresários do trade turístico estão satisfeitos com a movimentação, por outro, os comerciantes locais ainda não sentiram os reflexos deste fluxo. O mau tempo no início dos quatro dias de feriado, aliado à pouca verba disponível por parte dos visitantes são, segundo eles, os responsáveis pelo fraco movimento nas lojas e restaurantes. “Para nós é como se fosse dia comum. Não sentimos grande diferença no serviço”, afirma Ítalo Santoro, proprietário do restaurante Pramp’s.
A bancária Mariane Dessbesell, que mora em Porto Alegre e costuma passar suas folgas em Canasvieiras, comprova o baixo movimento no comércio local. “Em 12 de outubro teve mais consumo”. Mas nem todos estão desanimados. A dona da loja de souvenirs Leda Reck acredita que até terça-feira o quadro possa mudar. “Só hoje, com a abertura de sol, é que houve mais de turistas na loja”.
Associação revitaliza praça de trapiche
Para melhor receber os turistas de navios de cruzeiro e, ao mesmo tempo, melhorar o aspecto da orla no trecho do trapiche, a Associação do Transporte Náutico de Canasvieiras bancou sozinha as obras de revitalização da praça local. Eles encaminharam à Prefeitura a proposta da reforma em troca de um local para instalar a bilheteria dos passeios de escuna. As obras estão em andamento e a inauguração deve acontecer em 15 de dezembro – a tempo de aproveitar a próxima temporada.
Segundo o presidente da associação, Dilson da Costa, foram investidos cerca de R$ 110 mil na revitalização do local.
No trapiche, a área coberta deve ser ampliada. E, a pedido da Prefeitura, foram feitas melhorias e reforço na contenção da orla local. “É um benefício que não só atende ao turista, mas também voltado para a comunidade local”, defende Dilson.
(A Notícia, 17/11/2007)