22 ago Aeroporto da Capital corre o risco de não ficar pronto para a Copa
Atrasos no edital da primeira etapa fazem o prazo de entrega da obra se aproximar do início da competição, em junho em 2014
O novo terminal do Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, corre o risco de não ficar pronto antes da Copa do Mundo. Problemas no edital de licitação da primeira fase da obra fizeram a Infraero esticar o prazo de entrega de março para o primeiro semestre de 2014.
Ao menos a competição tem data certa para ocorrer: será disputada entre 12 de junho e 13 de julho.
O novo atraso no cronograma é apenas o capítulo mais recente de uma série que se arrasta desde 2004, quando a estatal que administra os principais aeroportos do país divulgou o projeto arquitetônico do novo Hercílio Luz. Seu término chegou a ser estimado em 2008, 2010 e 2012. Mas as obras nem começaram ainda.
No momento, o entrave é o edital do primeiro lote da obra, que deveria ter saído em maio, depois julho, mas que não foi publicado ainda. Isso seria feito 15 dias após a audiência pública de 17 de julho, quando foram apresentados os detalhes desta etapa. Mas a Infraero alterou este cronograma para realizar o que chamou de “ajustes orçamentários”.
Esses ajustes reduziram em R$ 10 milhões o custo estimado para as obras de terraplenagem, pistas de taxiamento (que os aviões usam para ir do portão a uma das pistas principais na hora de decolagem) e estacionamento de veículos, entre outras, previstas anteriormente em R$ 200 milhões. A economia foi possível, segundo a Infraero, pela revisão das cotações dos insumos necessários.
A estatal prevê que o edital saia até o final deste ano e a execução comece em dezembro. Se desta vez os prazos forem seguidos à risca, a primeira etapa de obras terminaria em setembro de 2013. Os projetos dos lotes seguintes ainda não foram finalizados. Eles incluem a construção do novo terminal de passageiros e demais edifícios. A Infraero prevê publicar o edital para esta etapa este ano.
Na avaliação de Vera Lúcia de Almeida Corrêa, coordenadora de projetos da FGV Projetos, a Infraero tem problemas para formular os seus projetos básicos com preços reais.
– Isso ocorre porque a área de engenharia não o faz pelo menor custo, mas pela média do mercado.
Hoje, a execução total do novo terminal está orçada em R$ 294,45 milhões – R$ 21,95 milhões a menos que o cálculo anterior.
(Por Alessandra Ogeda, DC, 22/08/2011)
Acesso é outro desafio
A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) liberou, no mês passado, a Licença Ambiental Prévia (LAP) para a duplicação do trecho da Avenida Diomício Freitas entre o Trevo da Seta e o Estádio da Ressacada.
Sem a obra na rodovia, único acesso ao Hercílio Luz, o novo terminal não recebará a licença para começar a operar em 2014.
– A obra tem a licença prévia para os dois trechos, mas no caso da licença de instalação, vamos dar uma única autorização. E só faremos isso depois que estiverem resolvidas todas as desapropriações – afirmou Murilo Flores, presidente da Fatma.
Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Infraestrutura, continuam as negociações sobre os terrenos que faltam ser desapropriados. A prefeitura cuidou da liberação de 40% da área necessária à obra. O restante ficará a cargo do governo do Estado.
O secretário de Obras da Capital, Luiz Américo, disse que a transferência dos terrenos desapropriados para o Estado ainda não foi feita porque a doação depende de aprovação na Câmara de Vereadores. E lá o assunto não avançou. Por meio de assessoria de imprensa, o secretário estadual de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, afirmou que o edital de licitação do primeiro trecho da duplicação da Diomício Freitas está pronto e deverá ser lançado até meados de setembro. A expectativa é que as obras comecem no início de 2012.
A permuta dos terrenos entre Celesc e UFSC, necessária para a obra de acesso ao novo terminal, também está emperrada. Segundo a Celesc, o seu terreno serve de garantia para dois processos judiciais.
A empresa solicitou a substituição do terreno por outros imóveis, mas o pedido acabou recusado pela Justiça. A Celesc avalia se apresenta uma alternativa ou recorre da decisão.
(DC, 22/08/2011)