15 ago Transição na baixa renda e na classe A
Entrevista: MAY EAST, organizadora do Cidades em Transição no Brasil
Nosso Mundo Sustentável – Qual é o papel das grandes cidades no processo de transformação do jeito de viver?
May East – Está claro que o destino da humanidade e da biosfera será decidido nas grandes cidades do mundo. Então, há algum tempo, estou trabalhando para trazer um pouco do conhecimento gerado nas ecovilas, que são um laboratório vivo de sustentabilidade, para as grandes cidades.
O que não pode ser replicado acaba sendo uma perda de tempo.
E quando falamos em sustentabilidade, pensamos nos três pilares: nos designs social, ecológico e econômico.
NMS – O que significa uma cidade em processo de transição?
May – O processo é basicamente uma decisão de redesenho da cidade, do bairro ou da vila de forma participativa. Redesenho da forma como a comida é distribuída, do transporte, da questão da energia.
Sempre pensando nas mudanças climáticas e no pico do petróleo. Em grandes cidades, é comum o processo ocorrer em pequenas células como um bairro. Hoje, o Movimento das Cidades em Transição conta com 300 cidades e mais de 8 mil em processo em todo o mundo.
NMS – Como está o Brasil quando o tema são as cidades em transição?
May – Faz pouco mais de um ano que iniciamos o processo aqui e já temos entre 20 e 30 iniciativas. Em termos de mundo, esse número é considerado um grande boom. A comunidade internacional das cidades em transição está muito interessada no que está ocorrendo aqui no Brasil porque nós temos transição em áreas de baixíssima renda e, também, de classe A.
(DC, 15/08/2011)