08 jul Para os carros, melhorou na Avenida Presidente Kennedy. Para os pedestres, piorou
Dois meses depois da mudança, trânsito na Avenida Presidente Kennedy flui bem e motoristas ganham tempo. Mas o medo de atropelamento ainda é constante
Após dois meses de mudança, a Avenida Presidente Kennedy, em São José, ainda passa por adaptações e mostra a necessidade de melhorias. Se antes havia filas, hoje os motoristas ganham tempo e o trânsito flui sem congestionamentos. Em contrapartida, para atravessar a via, pedestres lançam-se nas faixas de segurança a passos apressados. O medo de atropelamento é constante.
Desde o dia 7 de maio, as quatro pistas da Presidente Kennedy funcionam no sentido Florianópolis-São José. A alteração ocorreu devido às obras de alargamento da ponte sobre o Rio Araújo, no limite entre o município e a Capital, mas será mantida, segundo a prefeitura, por fazer parte do projeto de revitalização da avenida.
A ideia inicial da prefeitura era deixar ligado apenas o semáforo que opera o acesso à Avenida Central do Kobrasol. Segundo Sérgio Scarpa, administrador de trânsito do município, quatro semáforos específicos para pedestres foram instalados. Seria impossível, na opinião do gestor, instalar um aparelho em cada faixa de segurança. Assim, nas outras sete que não têm o equipamento, os pedestres ficam à mercê da boa vontade dos motoristas. As amigas Helena Cabral, 18 anos, e Guacira Heiderscheidt, 28, sabem bem disso. Elas trabalham no bairro e precisam, mais de uma vez por dia, passar pela pista.
– É um perigo. Tenho que correr para não ser atropelada. Os motoristas não param e ainda buzinam quando a gente passa. Temos que nos virar no espaço entre um carro e outro. A necessidade de segurança é grande. Eu já vi mais de 10 acidentes depois da mudança e só um dia vi o pessoal da Guarda Municipal de Trânsito. Se não tem semáforo, pelo menos guardas para auxiliar os pedestres deveria ter – reclama Helena.
Por dia, passam cerca de 25 mil veículos na Presidente Kennedy. Cerca de 80 linhas de quatro empresas de transporte coletivo foram afetadas com a mudança. Eles tiveram que alterar a rota e estão seguindo pela Beira-Mar, onde pontos de ônibus com abrigo foram instalados. Guacira, que é usuária do transporte coletivo, redobra a atenção ao passar de um lado para o outro na avenida, mas, quando o assunto é rapidez, ela só tem notícias boas:
– O ônibus anda bem mais rápido e o tempo parado diminuiu pela metade. Em horários de pico, como o final da tarde, tem um pouco de fila, mas nem se compara ao que tinha antes. Foi uma mudança positiva para o trânsito, mas a prefeitura precisa olhar para os pedestres também.
(Por Alessandra Toniazzo, DC, 08/07/2011)