07 jul Capital terá novo plano diretor até outubro
Próximo a completar 10 anos, o Plano Diretor de Florianópolis começa a ser redesenhado pela comunidade. Ontem, aproximadamente 300 pessoas se reuniram no Teatro Álvares de Carvalho para discutir a formação do núcleo que deverá encabeçar a atualização do plano .
A orientação é do presidente do Ipuf, Ildo Rosa. O órgão é responsável por realizar as avaliações técnicas para auxiliar a gestão pública a implementar projetos na cidade. Antes de um empreendimento imobiliário ser construído, por exemplo, os técnicos do Ipuf fazem um relatório apontando detalhes da geografia do local e o impacto na vizinhança. Mas é o meio ambiente, hoje, o centro das discussões do novo Plano Diretor.
– A principal preocupação é a definição precisa e técnica de áreas de preservação ambiental – disse Rosa.
A ausência de um mapeamento das áreas de preservação ameaça o meio ambiente e dá início a uma cadeia de problemas sociais, já que serviços públicos como tratamento de água e esgoto não chegam a zonas ocupadas sem autorização. Um levantamento prévio realizado pelo Ipuf constatou a existência de mais de 60 pontos de ocupação ilegal na Ilha e no Continente .
– É necessário discutir também a questão da mobilidade urbana, encontrando alternativas para o sistema viário. Precisamos debater a realidade da economia informal e integrar os megaprojetos à nossa leitura técnica para que eles sejam submetidos à avaliação da comunidade – observou Rosa.
As sugestões serão encaminhadas à Câmara até outubro, prazo estabelecido pelo Estatuto das Cidades para a elaboração de planos diretores em todos os municípios com mais de 20 mil habitantes.
Empresários reclamam das constantes mudanças
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, Dilvo Tirloni, o atual Plano Diretor é eficiente e precisa apenas de algumas mudanças pontuais.
– Nós temos um bom Plano Diretor. O problema é que ele é freqüentemente desobedecido e alterado de forma abrupta, o que causa uma grande insegurança entre os investidores – afirmou Tirloni.
– É necessário que as entidades sejam exigentes no cumprimento das regras estabelecidas – disse.
(Karine Ruy, DC, 07/07/2006)