A vontade é de chorar

A vontade é de chorar

Em muito breve o bairro de Coqueiros vai “ganhar” não uma praça, não uma área de lazer ou um novo parque, mas a sede de uma repartição pública federal. E justamente numa das áreas mais nobres de toda a região, o Saco da Lama. A pergunta que fica é: o que leva o poder público – Federal, Estadual e Municipal – a ocupar um terreno privilegiado, à beira-mar, a poucos metros das cabeceiras das pontes, para construção de um prédio? O Saco da Lama, por sinal, talvez seja o maior exemplo da falta de visão e sensibilidade da administração municipal – a atual e todas as passadas. A área, que poderia ser a extensão do Parque de Coqueiros até debaixo das pontes, com a instalação de cafés, bares, pistas para caminhadas, espaço para prática de esportes e apresentações artísticas, além de muitos outros equipamentos de lazer, é hoje ocupada por um posto da Polícia Ambiental (abandonado e caindo aos pedaços), uma escola de gastronomia (!) e, agora, a sede da reitoria do Instituto Federal de Santa Catarina, que, com certeza, a única coisa que trará para o bairro será mais e mais veículos no já saturado trânsito.
Uma das maiores agressões ambientais de toda região de Coqueiros pode ser verificada na Praia de Itaguaçu. Não se sabe ao certo com autorização de quem, foi erguido entre as pedras que caracterizam a praia uma espécie de altar para homenagens religiosas. De gosto duvidoso, a estrutura conta com cimento, madeira e correntes enferrujadas, destoando da paisagem, agredindo a estética, desrespeitando o sagrado direito de ir e vir e também o meio ambiente.
Mais lombadas
Se é verdade que a falta de consciência de motoristas se mede pelo número de lombadas instaladas em determinada região, podemos afirmar com segurança que os condutores que trafegam pela região de Coqueiros estão entre os piores de todo o mundo.
Meio Ambiente
O Ministério Público do Estado instaurou dois inquéritos civis em março. Um, que atende representação de moradores, apura denúncia de derrubada de árvores históricas junto ao Posto Coqueiros, na Avenida Max de Souza. O outro teve origem na Polícia Ambiental e seu objetivo é verificar o extravasamento de esgoto na estação elevatória da Casan situada na Praia do Meio, problema antigo no bairro. Ambos os casos estão sob os cuidados do promotor de Justiça Rui Arno Richter.
Placa nova
Boa parte dos moradores da Praia das Palmeiras está revoltada com a mudança repentina do nome da via à beira-mar, que há mais de 30 anos era conhecida como Rua da Praia das Palmeiras, causando inúmeros transtornos sem uma justificativa compreensível para isso. Aliás, alguém poderia avisar à prefeitura que a palavra Itaguaçu não leva acento?
(Folha de Coqueiros, 22/04/2011)