Estudante da UFSC participa de projeto que busca desinfecção da água utilizando energia solar

Estudante da UFSC participa de projeto que busca desinfecção da água utilizando energia solar

O desenvolvimento de um sistema ultravioleta de desinfecção de água utilizando energia solar é a meta de um projeto da UFSC que será apresentado nesta quarta-feira, durante o XVII Seminário de Iniciação Científica. O trabalho (painel 121, na área de Ciências Exatas) será exposto pelo estudante do Curso de Engenharia Elétrica Lucas Rafael do Nascimento.

Lucas participa do projeto a partir de uma bolsa de iniciação científica do CNPq, que permite a ele trabalhar em colaboração com outros alunos de graduação e de pós-graduação, além de professores do Laboratório de Energia Solar e do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, ambos da UFSC. O desafio dos estudos é gerar tecnologia e oferecer uma solução de potabilização da água para comunidades não atendidas por rede elétrica.

No resumo de seu trabalho, Lucas destaca que uma das principais causas de mortalidade nos países em vias de desenvolvimento é a diarréia, doença decorrente de infecções do trato gastrintestinal, cujas causas predominantes são os vírus e as bactérias facilmente encontrados na água não tratada. De acordo com dados de 2004 da Organização Mundial de Saúde, cerca de 1,7 milhão de pessoas morrem anualmente de doenças relacionadas ao inadequado fornecimento de água e a problemas nas áreas de saneamento básico e higiene – e este número pode dobrar até 2025, quando dois terços da população mundial poderá sofrer com problemas ligados à escassez de água limpa.

Segundo o estudante, a desinfecção ultravioleta (UV) é uma tecnologia que vem sendo utilizada desde a década de 50 com segurança. O processo de desinfecção se baseia na radiação UV de ondas curtas, emitida por uma lâmpada de vapor de mercúrio. Ao incidir sobre o DNA, a radiação UV inativa microorganismo causadores de doenças, evitando que se reproduzam.

Como um terço da população mundial, aproximadamente dois bilhões de pessoas, não têm acesso à energia elétrica, a conversão solar fotovoltaica é uma alternativa para esse processo. Lucas explica que a expectativa é de que o projeto gere tecnologia para que a energia fotovoltaica seja capaz de suprir um sistema de desinfecção. Além disso, a pesquisa pretende gerar um método de desinfecção de águas de abastecimento − poços artesianos, coleta de água da chuva, nascentes e cachoeiras − de fácil operação e alta confiabilidade.

(Agecom, 02/10/2007)