Temporada deve gerar 11 mil postos de trabalho

Temporada deve gerar 11 mil postos de trabalho

O comércio da Capital está confiando numa boa temporada de verão. Prova disso é a previsão de contratar 3 mil novos funcionários nos próximos meses. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Itamar Cavalli, diz que o forte das contratações extras ocorre entre outubro e novembro, mas algumas lojas estão se antecipando e abrindo vagas agora para garantir o treinamento dos novos funcionários. E quem fizer um bom trabalho tem chance de ser efetivado durante o ano.

Cavalli afirma que a maioria das vagas são para vendedor, mas o setor também amplia o número de pessoas em cargos como empacotador, caixa e operador de depósito. A CDL ainda não tem um banco de talentos estruturado, e a dica do presidente é para os interessados procurarem diretamente as lojas. “As primeiras vagas já estão abertas. O pessoal tem que ficar atento”, destaca.

Com base nas temporadas anteriores, Cavalli lembra que cerca de 20% dos funcionários chamados em contrato temporário acabam conseguindo uma vaga efetiva. Ele diz que falta mão-de-obra qualificada. “Mesmo com treinamento, ainda há problemas na região”, diz.

As novas vagas são voltadas, principalmente, para o comércio de rua e para as lojas em praias como Ingleses, Canasvieiras e Campeche. “Os shoppings do Centro têm uma estrutura fixa, mas também devem oferecer mais algumas vagas”, avalia Cavalli. Ele acredita que a abertura do Floripa Shopping no final do ano passado e do Iguatemi em abril deste ano não deve desestimular o comércio das praias no verão.

O setor de hotéis e restaurantes também abre novas vagas com o verão. Apenas em Florianópolis o setor deve gerar cerca de 8 mil postos temporários. Os hotéis da região aumentam o número de funcionários de 6 mil para 11 mil e os bares e restaurantes de 10 mil para 13 mil. Os hotéis das praias são os que mais abrem vagas, sendo que alguns chegam a dobrar o número de funcionários. No Centro, os hotéis mantêm equipe fixa o ano inteiro.

Inadimplência também aumenta

A pesquisa apontou que o nível de empregabilidade na região caiu 0,2% na comparação agosto e julho, mas o resultado acumulado mantém crescimento de 1%. Setores como o de bens não duráveis (alimentos, remédios), comércio automotivo e materiais de construção foram os que apresentaram crescimento no índice de empregos. Por outro lado, a inadimplência mostrou elevação, passando de 2,4% em julho para 2,8% no mês de agosto. Desde abril esse indicador estava em queda. Já o índice de cheques devolvidos cai desde abril e agora chegou a 0,7%, dois pontos percentuais a menos na comparação com julho.

Para Pacheco, é clara a expansão de crédito por conta da facilitação de compras em virtude do uso crescente de cartão nos pagamentos e dos financiamentos. Ele destaca que os bons resultados demonstram um aquecimento, que deverá se intensificar nos próximos meses.


Vendas surpreendem em agosto

O faturamento com as vendas na Grande Florianópolis no mês de agosto foi o segundo melhor do ano, perdendo apenas para maio. Esta foi a constatação da pesquisa conjuntural realizada pelo Instituto Mapa para a Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio).

De acordo com o estudo, o faturamento de agosto foi 13% superior em comparação com o mesmo mês em 2006, superando em 4,1% as vendas de julho deste ano. O resultado da pesquisa é considerado um dos mais fidedignos, pois é feito a partir do balanço contábil das empresas.

De acordo com o presidente da Fecomércio, Antônio Edmundo Pacheco, o setor vem percebendo ao longo dos meses um crescimento nas vendas e um desempenho melhor do que o do ano passado.

Para ele, o resultado obtido em agosto é positivo pelo fato do período ser considerado um mês normal, sem grandes atrativos de venda. “A perspectiva é que este crescimento se mantenha constante em setembro e continue pelos próximos meses, principalmente com a chegada de datas importantes, como o Dia das Crianças e as festas de final de ano”.

Na avaliação de Pacheco, este desempenho está ligado ao aumento da renda da população, já que várias categorias profissionais receberam reajuste salarial acima da inflação, a maior facilidade na obtenção de crédito e na redução gradual dos juros.

O otimismo também ocorre entre os empresários, principalmente devido a estabilidade da economia e a queda do dólar.

Pela primeira vez, a pesquisa da Fecomércio trouxe informações sobre o uso do cartão de débito no comércio local. Em agosto, 47,8% dos pagamentos entre os 324 comerciantes pesquisados foram à vista, sendo 35,6% com dinheiro ou cheque e 12,2% por cartão de débito.

Os financiamentos responderam por 24,9% dos pagamentos totais do mês, o cartão de crédito por 17,7% e o cheque pré-datado por 9,2%. Segundo Pacheco, o uso do cartão de débito já se firmou como uma tendência forte e deve crescer cada vez mais.

(A Notícia, 28/09/2007)