28 mar Ônibus podem parar de novo em Florianópolis
No tabuleiro de negociações entre trabalhadores e patrões do transporte público de Florianópolis, nenhuma peça foi movida no fim de semana. Com isso, o cenário continua o mesmo para os passageiros: possibilidade de paralisações-relâmpagos por parte dos sindicalistas, sem aviso prévio. Foi o que aconteceu na quinta-feira.
Para os passageiros, o consolo é que o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana (Sintraturb) garante que as paralisações não acontecerão em horário de pico. Um dos pontos polêmicos da negociação é o fim da jornada de três horas para alguns trabalhadores em horários de pico. Os empresários dizem que o sistema está saturado e que não tem como atender ao pedido.
As paralisações costumam ser uma tática dos trabalhadores e já aconteceram em anos anteriores. Mas a medida causa transtornos na cidade, já problemática em relação à mobilidade urbana. Na última quinta-feira, entre 10h30min e 11h30min, motoristas e cobradores pararam as atividades para pressionar o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Florianópolis (Setuf). Na plataforma A do Terminal Integrado do Centro (Ticen) houve um princípio de tumulto.
A última novidade nas negociações foi uma solicitação dos empresários ao Ministério Público do Trabalho (MPT). O Setuf pediu um mandado de segurança preventivo para impedir novas paralisações do sistema sem aviso prévio à população. Até ontem, não houve nenhuma decisão.
Reivindicações
1 – Aumento do vale-alimentação de R$ 340 para R$ 380;
2 – Redução da jornada de trabalho de seis horas e 40 minutos para seis horas diárias, com a manutenção do salário;
3 – Fim da jornada jornada especial de três horas realizada por alguns trabalhadores em horários de pico;
4 – Aumento de 5%, mais inflação, no salário dos trabalhadores;
(DC, 28/03/2011)
Ministério Público é acionado
Sindicato das empresas pede mandado de segurança para impedir novas paralisações, como a que ocorreu na quinta-feira 24/03
O Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) avisa que o estado de greve da categoria continua. Nos terminais, motoristas e cobradores não revelam quando serão as novas paralisações, a exemplo da última quinta-feira de manhã. Dizem que o sindicato chega, de surpresa, e avisa sobre o movimento. Ontem, o serviço não foi paralisado.
Também ontem, os sindicatos das empresas de transporte urbano de Florianópolis (Setuf) e de Santa Catarina (Setpesc) solicitaram ao Ministério Público do Trabalho a expedição de um mandado de segurança preventivo para impedir novas paralisações do sistema sem aviso prévio à população, conforme exige a Lei de Greve.
O comunicado foi enviado à chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região, Cinara Sales Graeff. Os sindicatos lembram que, de acordo com a Lei 7.783/89, qualquer greve deflagrada até o dia 30/04, prazo de vigência da Convenção Coletiva de Trabalho 2010-2011, é ilegal. Não há previsão de uma nova reunião entre os dois sindicatos, segundo o dirigente do Sintraturb, Ricardo Freitas. A partir da próxima semana, a prefeitura deverá entrar na discussão. Enquanto isso, está mantida a previsão de paralisações-relâmpago.
– Só avisaremos com antecedência quando houver greve – diz Freitas.
O clima entre os usuários de transporte é de insegurança. Ontem, ninguém sabia se teria ônibus devido às ameaças de paralisações-relâmpago. O serviço operou normalmente o dia todo. O ponto de conflito entre as partes é a jornada de trabalho de três horas, feita por cerca de 400 motoristas e cobradores, somente para atender horários de pico. O Sintraturb diz que algumas empresas que estariam desobedecendo o limite máximo de 15% dos funcionários nesta modalidade, chegando a 45%.
De acordo Freitas, a jornada de três horas é inaceitável, pois estes trabalhadores geralmente têm outro emprego e tratam a função como um bico, dividindo a categoria. Além disso, alguns profissionais estariam dobrando o horário. Para o sindicato, a solução seria enquadrar os funcionários em três turnos de seis horas. O Sintraturb propõe, ainda, a redução da jornada normal de seis horas e 40 minutos para seis horas diárias.
O Setuf descarta a possibilidade de derrubar o sistema de três horas, pois impactaria no custo do sistema, já que seria necessário contratar estes profissionais pela carga horária normal e, consequentemente, com salário maior. Segundo o presidente do Setuf, Waldir Gomes, os horários de pico movimentam 100% da frota e a jornada de três horas de trabalho atende a esta demanda. Se contratar apenas no regime de seis horas, alguns funcionários trabalharão três horas e ficariam inoperantes o restante do tempo, pois não haverá carro disponível, e oneraria o sistema desnecessariamente.
(DC, 26/03/2011)