10 mar Obras emperradas
Não há dúvida de que cabe à pétrea burocracia oficial e à gestão deficiente de organismos oficiais e isso nas três esferas do poder a responsabilidade maior pelo crônico atraso na execução de obras públicas cruciais ao bem-estar e segurança dos cidadãos.
Um exemplo que bem ilustra esta relação de causa e efeito é fornecido por três obras viárias consideradas essenciais para desemperrar o acesso ao Sul da Ilha de Santa Catarina: as do Elevado do Trevo da Seta, da implantação da terceira pista na SC-405, no Rio Tavares, e do novo acesso ao Aeroporto Hercílio Luz.
Prometido para ser liberado ao tráfego em meados de dezembro do ano passado, o Trevo da Seta foi adiado para este mês, mas ficamos sabendo que, antes de maio, nada feito. Os 4,5 quilômetros de pista para “oxigenar” o Rio Tavares, cuja implantação ficou paralisada por dois anos, agora estão prometidos para novembro. Depois de tantas datas e promessas traídas, acredite quem quiser. O acesso ao aeroporto permanece onde sempre esteve: no papel e no lodoso reino das promessas políticas.
Enquanto o jogo de empurra e as desculpas inverossímeis continuam, os moradores do Sul da Ilha – e não apenas eles, mas todos os que para lá se dirigem por necessidade ou lazer – enfrentam o cotidiano tormento dos congestionamentos em cascata, que degradam a qualidade de vida, desvalorizam o patrimônio e causam prejuízos vultosos aos negócios estabelecidos. Sim, o “gargalo” tem nome. Para desfazê-lo, espera-se que a presidente da República e o governador, honrando promessas, cortem, logo e de vez, as asas da burocracia perdulária e sanguessuga, que puxa o freio do país e do Estado.
(Editorial, DC, 10/03/2011)