16 fev Lixo e esgoto
Artigo escrito por Carlos Alberto Coutinho, Superintendente da Casan na Região Metropolitana de Florianópolis (DC, 16/02/2011)
Em três das últimas ocorrências atendidas pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan): em Canasvieiras, na Vila Cachoeira (Bairro Saco Grande) e na Rua Tiradentes (Centro) havia similitudes.
A indignação dos moradores pelo mau cheiro oriundo do extravasamento do esgoto nas ruas; sugestão para que se acabe com as ligações clandestinas e até acusação de que a rede de esgotamento sanitário administrada pela empresa estatal é obsoleta.
Durante o processo de atendimento aos usuários, não se poupam expressões para caracterizar o “caos” em que o sistema se encontra. Ouvimos que o “esgoto estourou”, tem aquele “líquido perigoso e fedorento no asfalto”, os donos de restaurantes estão “indignados” até que se conserte “aquela nojeira”, e uma placa com palavras condenando a estatal pela “sua inoperância” é posta no local até que tudo tenha sido solucionado.
A equipe que atendeu as chamadas constatou a mesma circunstância nos três casos: vazamento localizado por saturação parcial da rede provocada por despejo de óleo de cozinha no sistema, acrescido de enorme quantidade de lixo (material alheio ao esgotamento sanitário), como pedaços de pano, garrafas pet, sacos plásticos, absorventes, camisinhas e até animais mortos. Lembramos que a água pluvial lançada na rede de esgoto também ajuda a saturá-lo.
O sistema de esgoto é projetado para coletar e tratar o esgoto, e não o lixo. As pessoas ajudariam muito se fizessem esta separação. A maior parte do lixo é reciclável. Quem cuida disso é a Comcap e não a Casan. Não se trata, portanto, de rede “obsoleta”, tampouco de “inoperância” da empresa, mas, sim, de educação, disciplina, cuidados com o meio ambiente, respeito à vida em coletividade, em outras palavras, com a civilização ou com a sua ausência.