25 jan Poucas pedaladas e menos caminhadas
Região Sul prefere usar o coletivo e o carro, segundo o estudo do Ipea
Utilizamos com menor frequência a bicicleta e caminhamos menos no dia a dia do que o restante do país. Por outro lado, o Sul é a segunda região que mais utiliza o transporte urbano e o carro como meio de transporte.
Mesmo utilizando menos o carro que os moradores do Sudeste, a percepção das pessoas é a de que enfrentamos um número maior de congestionamentos. Estes são alguns do resultados do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) Mobilidade Urbana divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A pesquisa ouviu 2.770 pessoas nas cinco regiões do país em suas residências para apurar o que os moradores acham sobre o assunto. A assessoria do instituto divulgou apenas dados regionais, sem disponibilizar informações específicas sobre Santa Catarina.
Na região Sul, 21,9% dos entrevistados afirmaram que enfrentam mais de um congestionamento por dia. O número está acima da média nacional (20,5%) e da região Sudeste (21,6%) e situa-se atrás apenas do Norte (26,2%). Somadas as outras variáveis, 55,9% dos moradores do Sul enfrentam pelo menos um congestionamento por semana.
Na outra ponta, um em cada quatro moradores do Sul (26,5%) afirmou nunca ter enfrentado um congestionamento na vida.
Os indicadores revelaram que o transporte preferido pelos moradores do Sul, com 46,3% das respostas, foi o público, seguido dos carros (31,7%) e motos (12,4%).
A região foi a que teve o menor índice de pessoas que utilizam a bicicleta para se locomover (2%), assim como o menor desempenho do país entre os que vão para os seus destinos a pé (7,6%).
A utilização dos transportes públicos, de bicicletas e de motos cai conforme aumenta o nível de escolaridade dos entrevistados. No mesmo sentido, o maior uso de automóveis é identificado entre as pessoas que concluíram ou começaram o ensino superior.
País vai mal no transporte coletivo para deficientes
A integração entre ônibus é utilizada no dia a dia por 42,6% dos entrevistados da região. Outros 33,7% não tem acesso a nenhum tipo de integração de meios de transporte.Na falta de conexões, ficamos atrás apenas da região Norte e bem acima da média nacional, de 26,3%.
O país, com a região Sul incluída, ainda vai muito mal na adaptação do transporte coletivo para os portadores de necessidades especiais.
Segundo os indicadores, 40,5% dos veículos nunca ou raramente estão adaptados para este público no Brasil. Na região Sul, o desempenho é um pouco pior que a média nacional: 41% dos entrevistados apontaram para este problema.
Se estamos mal em disponibilizar acessibilidade para os portadores de necessidades especiais no transporte público, lideramos o ranking do país na percepção sobre o respeito aos pedestres e ciclistas: 42,4% dos entrevistados afirmaram que eles sempre são respeitados no trânsito.
No Sudeste, região com o pior desempenho do país, este índice cai para 16,1%.
O transporte escolhido pelos moradores do Sul também é apontado como o mais seguro do país. Na região, 71,7% afirmaram que nunca foram assaltados e que desconhecem alguém que tenha sido ao utilizar o meio de transporte preferido. Na média do país, apenas 57,7% dos entrevistados deram este tipo de resposta.
O mesmo ocorre quando é medida a quantidade de acidentes no meio de transporte utilizado: 66,8% dos entrevistados na região disseram nunca terem se acidentado e que não conhecem pessoas que passaram por isto – a média no país é de 53,4%.
(ALESSANDRA OGEDA, DC, 25/01/2011)