22 nov Anac quer evitar caos aéreo em dezembro
Agência vai se reunir hoje com presidentes das principais companhias do país
Com a intenção de tentar prevenir um caos nos aeroportos do país em dezembro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), convocou para hoje uma reunião com os presidentes das principais companhias aéreas. Só em Florianópolis o movimento durante a alta temporada deve crescer entre 30% e 34% com relação ao ano anterior.
A agência se preocupa com a venda de passagens além da capacidade de voos programados para o fim de ano e com a falta de pessoal para atender passageiros que desconheçam os procedimentos de embarque e desembarque.
Representantes da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Polícia Federal, Receita Federal e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) também devem ter representantes na reunião.
A assessoria da Infraero na Capital informou que a instituição só se pronunciará após a reunião de hoje.
Mas o secretário de Turismo da cidade, Homero Gomes, já destaca que a Infraero havia previsto incremento de 30% a 34% no número de passageiros no Hercílio Luz durante o verão.
– A cidade tem o mais movimentado aeroporto do Sul do Brasil durante a alta temporada.
Para Gomes é importante que a Infraero cumpra suas obrigações e que a Anac fiscalize, pois o caos aéreo é causado, especialmente, pela sobrecarga dos aeroportos de SP, que acaba atingindo os demais destinos do país num efeito dominó.
– A secretaria municipal de Turismo não tem poder fiscalizador sobre a Infraero, então, nos resta torcer para que eles cumpram as suas obrigações – diz o secretário.
Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Eduardo Loch, isso só demonstra a precariedade da estrutura aeroportuária no Brasil:
– Faz tempo que as autoridades federias sabem que estamos perto de ter um apagão aéreo. Daqui a quatro anos teremos Copa do Mundo e o país se comprometeu, principalmente, com a ampliação dos aeroportos.
O que mais preocupa Loch é a qualificação dos profissionais que trabalham dentro do aeroporto. Segundo ele, essas pessoas precisam entender o funcionamento do aeroporto e ter resolução para diversas situações para tentar impedir, por exemplo, que os atrasos em Florianópolis se reflitam em outros destinos.
(DC, 22/11/2010)
Reforço sob vigilância
O Sindicato Nacional dos Aeronautas cobra da Anac mais vigilância sobre o overbooking, que é a venda de passagens acima da capacidade dos voos programados. O presidente da Abav, Eduardo Loch, considera a prática legítima, pois o ideal é que as companhias voem com aeronaves lotadas e muitos passageiros perdem seus voos.
Mas, segundo a diretora do sindicato, Graziella Baggio, em 2006 a prática pela TAM causou um verdadeiro caos às vésperas do Natal.
– A operadora de turismo CVC solicitou uma série de aeronaves para milhares de passageiros para a TAM. Como a empresa não podia deixar de fazer os voos da operadora, porque haveria multa, acabou abandonando os voos normais.
Por motivos como esse, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, adiantou que a venda excessiva de passagens será um dos assuntos na pauta da reunião de hoje.
A Gol não solicitou voos extras à Anac, mas o diretor de Comunicação, Hélio Muniz, disse que eles não estão descartados.
Na TAM, o reforço previsto são cinco aeronaves e mais profissionais. Para atender a demanda, a Azul deve contratar 100 agentes de aeroporto e profissionais de call center.
(DC, 22/11/2010)