19 jul Carijós segue na luta pela preservação
A Estação Ecológica de Carijós (Esec) completa 20 anos e comemora a data chamando a atenção para a realidade enfrentada pela unidade. A Esec foi criada em 20 de julho de 1987 com objetivo de garantir a preservação dos manguezais do Saco Grande e de Ratones, que na época já se encontravam em risco devido ao acelerado crescimento urbano do Norte da Ilha. A ocupação desenfreada do entorno continua hoje sendo a principal ameaça enfrentada pela unidade, já que toda poluição produzida na região desemboca na área protegida.
Por isso, mais do que uma comemoração, a direção da reserva pretende aproveitar a data para debater com a comunidade. Na segunda e terça-feira, representantes de 30 associações comunitárias do entorno foram convidadas a conhecer de perto a Estação. Os participantes tiveram a oportunidade de saber mais sobre a história e os projetos desenvolvidos na unidade. “Estamos buscando ampliar o contato com as comunidades e, chamar a atenção para a reserva”, afirma o chefe da Esec, Apoena Figueiroa.
Hoje as crianças atendidas pelos programas de educação ambiental desenvolvidos pelo Instituto Carijós vão realizar um intercâmbio de apresentações.
A partir das 14 horas, as crianças e adolescentes do projeto Criaventura, do Saco Grande, fazem uma apresentação de maracatu para os alunos de escolas municipais da Praia do Forte, Jurerê e Barra do Sambaqui. Em seguida, os integrantes do Projeto Teatro encenam uma peça na Escola Municipal Mâncio Costa, em Ratones.
De acordo com Figueiroa, o projeto de educação ambiental realizado com as crianças é um dos principais focos da unidade. “Para ter resultados é preciso investir na formação de crianças, destacando a importância da proteção ao meio ambiente”, sugere.
Evento aborda atual situação
Amanhã, dia em que a Reserva de Carijós completa duas décadas de criação, uma solenidade, às 19 horas, marcará o início da utilização do prédio do Centro de Educação e Cidadania Ambiental (Ceca), localizado em frente ao Floripa Shopping, na SC-401. A construção do imóvel foi viabilizada por um Termo de Acordo Judicial (TAJ) firmado entre o Ministério Público Federal e a Incorporadora de Shopping Center Florianópolis.
Apoena Figueiroa explica que durante o evento serão abordadas questões como a atual situação da Estação Ecológica Carijós, os avanços na gestão e principais problemas.
O Ceca foi criado com a proposta de ser um espaço para discussões sobre o meio ambiente. O local poderá ser usado por entidades da sociedade civil, escolas e órgãos públicos para desenvolver projetos e atividades de cidadania ambiental, cultural, esportiva ou artística. Para isso, o prédio conta com um auditório e três salas para atividades coletivas.
Previstas regras para ocupação
Um ponto considerado fundamental para a preservação da Estação Carijós é a implantação da Zona de Amortecimento da Reserva. A proposta prevê um regramento para a ocupação das áreas do entorno da unidade. Para a elaboração foram feitos estudos técnicos, levantamento jurídico e reuniões com as comunidades e órgãos públicos.
A zona de amortecimento abrangeria toda área da baia norte, que interage com a Reserva Biológica do Arvoredo e Área de Proteção Ambiental de Anhatomirim, e grande parte do Norte da Ilha. O projeto foi aprovado por equipes técnica e jurídica, faltando só a assinatura do Ibama, em Brasília.
A Esec Carijós foi criada em 20 de julho de 1987, abrangendo uma área de 7,18 quilômetros quadrados, sendo 0,93 km2 na gleba do Saco Grande e 6,25 km2 na gleba de Ratones. Nos dois primeiros anos de funcionamento a reserva ficou sob a responsabilidade do Estado, sendo administrada pela Fatma. Em 1989, a gestão da Estação foi repassada para o Ibama.
(Natália Viana, A Notícia, 19/07/2007)