19 jul Atraídos pela magia da Ilha
Em Florianópolis, muitos chegam e acham que vão encontrar o paraíso. Esse é o caso de quase todas as 500 famílias do Alto da Caeira, localizada no Maciço do Morro da Cruz, no Centro da Capital.
A comunidade onde o carpiteiro Valdecir Moreira mora fica em um local cercado de verde. De lá, há uma bela vista da Baía Sul. Está no coração do Maciço do Morro da Cruz. Cerca de 25 mil pessoas vivem em uma das áreas mais carentes da cidade.
– Muita gente vem e não se dá bem. Outros conseguem emprego e ficam. A maioria aqui é pedreiro, carpinteiro, ou doméstica, conta Valdecir.
Ele é um dos migrantes que ajudou a povoar o Alto da Caiera. Chegou a Florianópolis há dez anos. Veio do Paraná, onde trabalhava como peão em uma fazenda. Embarcou com a mulher e filhos, quando a cunhada convidou. A casa de madeira na encosta de um morro tem cozinha, banheiro e um quarto distribuídos em 30 metros quadrados. Foi feita por ele mesmo, em “dois ou três dias” de trabalho.
Lá, faltam ligações regulares às redes de água, esgoto e energia elétrica.
– Agua e luz só com “gato” – diz.
Valdecir ganha R$ 450,00 por mês e não pensa em ir embora. Para ele, o paraíso fica ali mesmo na Ilha, em Jurerê Internacional
Paraíso real
O bairro Jurerê Internacional fica no Norte da Ilha de Santa Catarina. Lá, mansões chegam facilmente a R$ 1 milhão. Moreira trabalhou dois anos e meio na construção de um hotel em no bairro. Ele e sonha, um dia, ver sua comunidade com condições de vida parecidas com aquelas.
(A Notícia, 19/07/2007)