18 out Guarda Municipal só durante o dia
Medida servirá para reforçar atuação diurna na Capital. Sindicato discorda
A partir de segunda-feira, a Guarda Municipal de Florianópolis (GMF) deixará de atuar durante a madrugada. O comandante da corporação, Ivan da Silva Júnior, diz que o objetivo é reforçar a atuação durante o dia.
O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) discorda da mudança. A entidade argumenta que a população vai perder segurança com a medida.
Hoje, segundo o comandante, há 149 guardas municipais, sendo que 51 trabalham na rua. Os outros estariam atuando em instituições municipais, como o Procon, de férias ou com atestados.
– Fizemos um diagnóstico e queremos estar mais próximo da população. Além do pessoal do turno da noite, queremos trazer os guardas que estão trabalhando em outras instituições. A ideia é termos 90 guardas nas ruas, atuando entre 5h e 0h30min – afirma Ivan da Silva Júnior.
Para o Sintrasem, quem sairá perdendo é a população.
– Querendo ou não há uma sensação de segurança com os guardas na rua. Eles ficam, principalmente, no Centro e no Continente. Tem gente saindo do trabalho, das universidades e dos cursinhos – fala Miliane Martins, diretora do sindicato.
Para o comandante da GMF, a Polícia Militar e a Polícia Civil podem cuidar da segurança na madrugada.
Segundo o Centro de Comunicação Social da PM, a mudança não representa grande perda porque o efetivo era pequeno. A corporação estadual vai intensificar as rondas nas áreas de atuação da GMF, que são o patrimônio do município, como praças e a Passarela Nego Quirido, além da fiscalização do trânsito.
Carlos Donato, 29 anos, foi um dos guardas que participou de uma manifestação, ontem, contra a medida. Contou que já chegou a participar da prisão de uma quadrilha que cometia assaltos durante a noite. Na quinta-feira, disse, foi chamado pelo vigia de um colégio, no Itacorubi, que estava apreensivo com um possível assalto.
– Também estruturei minha vida para trabalhar à noite e estou há três anos atuando dessa forma. Vai causar um problema. Mas o mais importante é a insegurança que vai gerar para a população – conta Donato.
(Por MAURÍCIO FRIGHETTO, DC, 16/10/2010)