A cultura sacrificada

A cultura sacrificada

Editorial do Diário Catarinense (12/10/2010)

O Centro Integrado de Cultura (CIC) de Florianópolis está em obras e fechado desde março de 2009. A reforma do mais importante equipamento cultural público da Capital e também do Estado segue aos tropeços. Ela deveria ter sido concluída em dezembro do ano passado, mas a data da reabertura foi adiada diversas vezes e sob vários pretextos, incluindo as adversidades climáticas.

Entretanto, há eloquentes indicadores de que a causa principal de mais este caso de obra pública que se eterniza seja a falta de planejamento e de gestão mais criteriosa. Agora, informa-se que, com novo aporte de recursos, uma parte do prédio será liberada para uso no final deste ano. Que assim seja, mas é difícil acreditar, pois, lá dentro, o caos e a improvisação ainda dão as cartas, como conferiu a reportagem deste jornal.

O fato é que, prevista para ser executada em 240 dias, a obra já se arrasta por um ano e sete meses, privando a população de importantes espetáculos teatrais, musicais e outros eventos culturais, do único cinema com programação diferenciada, do Museu de Arte, Museu da Imagem e do Som, das oficinas gratuitas de arte e outros serviços. Com efeito, trata-se de uma inaceitável situação de desrespeito à sociedade, pois o CIC sempre funcionou, para os catarinenses, como um foco irradiador de cultura, e como um signo de civilização do povo.

Espera-se que o próximo governo estadual, que assume em janeiro, dê maior atenção ao setor, revitalize a cultura catarinense e devolva o CIC, renovado, ao público.

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