11 ago Desvios urbanísticos
Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 11/08/2010)
Recebi de um urbanista, que não pode se identificar, uma série de considerações sobre a organização viária da Capital: “A engenharia que faz falta ao trânsito de Florianópolis, pela falta de interesse da atual administração municipal, é também consequência do desvio na aplicação da receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito, que pelo Código de Trânsito – Art. 320 – deveria ‘ser aplicada exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito’.
Prossegue o leitor: “Entre os desvios com o pagamento de pessoal e contratos que nada têm a ver com o trânsito, há o pagamento do contrato com a empresa Magnatran, que explora o sistema de controle da Zona Azul com palmtops! Cabe ressaltar que fiscalização de estacionamento regulamentado não é fiscalização e educação de trânsito, pois a Zona Azul teria que se manter com a arrecadação própria”.
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E finaliza o urbanista: “Aliás, por divergir do presidente e do superintendente adjunto do IPUF, no uso ilegal do recurso de multas, já está de saída o diretor de Operações Ivan da Silva Couto Júnior. Ou seja, o Instituto de Planejamento, que já está sem diretor de Planejamento, agora fica também sem Diretor de Operações!”.
“Rodovia” que…
A principal via doméstica do Itacorubi continua sendo chamada, ironicamente, de “rodovia”. Essa classificação pertence a um passado remoto, quando o Itacorubi não passava de uma área rural de Florianópolis. O bairro cresceu e é hoje um dos mais populosos de Florianópolis, a tal rodovia Amaro Antônio Vieira passou a ser uma rua estreita, de mão dupla, que não suporta o fluxo diário de ônibus e automóveis.
… ninguém quer
Assim, relata o jornalista Urbano Salles, “a Amaro Antônio Vieira vive hoje uma situação de caos, com carros estacionados perigosamente em cima das pistas de rolamento, o que é uma infração gravíssima segundo o Código de Trânsito. Nem os pontos de ônibus são respeitados. E o pior é que não tem ninguém para fiscalizar. A PM e a Guarda Municipal não atendem as ocorrências porque, sendo uma ‘rodovia’, a responsabilidade é da Polícia Militar Rodoviária Estadual, que jamais foi vista multando alguém no bairro”.