04 jun Ressaca atinge casas à beira-mar no Campeche
Cinco casas estão interditadas e cerca de 10 apresentam risco de desabamento, na Capital
Mais um pedacinho de faixa de areia sumiu esta semana com o avanço do mar em Florianópolis. Depois das praias da Armação, Moçambique e da Barra da Lagoa, a ressaca agora atinge as casas à beira-mar do Campeche, na região Sul da Capital.
A diferença agora é que as construções estão localizadas em cima de dunas, em Área de Preservação Permanente. No trecho entre a Avenida Pequeno Príncipe e o Morro das Pedras, a água desenhou um paredão de areia. Cinco casas estão interditadas e cerca de 10 apresentam risco de desabamento.
Margarida Ferreira da Silva, 42 anos, conta que levantou da cama várias vezes na madrugada de ontem. Ela é caseira em uma das residências que teve parte do terreno arrancado pela fúria do mar, na Rua dos Hibiscos. Segundo ela, esta não é a primeira vez que a casa é atingida.
– Antes eu estava preocupada, agora estou com muito medo. Terça-feira à noite caiu todo o deque. A água esta cavando o terreno e não dá nem para caminhar mais na areia – conta.
Desde a noite de segunda-feira, a ressaca tem provocado prejuízos na Praia do Campeche. Segundo o diretor da Defesa Civil de Florianópolis, Maximo Seleme, as dunas estão se deslocando com a força do mar. Ele afirma que as casas atingidas foram construídas de forma irregular e é possível que mais muros caiam.
Ressaca causa estragos em outras praias de Florianópolis
No Moçambique, no Norte da Ilha, um barraco de observação de tainhas foi completamente destruído pelo mar na terça-feira. O local foi construído pela prefeitura para abrigar pescadores da chuva.
Outras duas praias registraram danos por causa da ressaca esta semana. Na Barra da Lagoa, nove residências foram atingidas. Na Praia da Armação, a ressaca causou prejuízos em 46 casas e 16 foram destruídas.
A Defesa Civil também monitora outras áreas de risco na cidade, como encostas atingidas pela chuva em maio, em especial na Vila Aparecida e Coqueiros, na região continente, e a região do Maciço do Morro da Cruz.
Para o diretor do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar da Univali, João Luiz Baptista de Carvalho, a explicação para tantos estragos está em fenômenos naturais e na ocupação indevida de algumas áreas.
(Por Nanda Gobbi, DC, 04/06/2010)