Previsão de nova ressaca na Capital

Previsão de nova ressaca na Capital

Fenômeno pode acontecer, pela quarta vez, durante o final de semana

A possibilidade de uma quarta ressaca ocorrer, em menos de 60 dias, neste final de semana na Ilha de Santa Catarina deixa a Defesa Civil em alerta. Hoje, as vistorias nas praias atingidas serão intensificadas.

Cinco casas interditadas ontem no Campeche, no Sul, podem ruir a qualquer momento. Na Barra da Lagoa, no Leste, moradores e donos de bares à beira-mar seguem montando barreira de proteção para conter o avanço da água. O objetivo é que a medida surta o mesmo efeito das obras de enrocamento da Praia da Armação.

De acordo com Luiz Eduardo Machado, coordenador da Defesa Civil, as cinco casas parcialmente destruídas pela água no Campeche estavam irregulares. As residências, construídas em área de preservação permanente (APP) estão em cima das dunas. Machado lembra que a situação é diferente das verificadas na Praia da Armação e na Barra da Lagoa:

– As 74 casas na Armação e os nove bares da Barra da Lagoa danificados pela água não estão em áreas de restinga, estão em situação regular.

Machado informou que a areia começou a se recompor ontem na Barra da Lagoa. Na Armação, as obras do enrocamento, que devem ser concluídas em até 90 dias, estão conseguindo conter o avanço do mar.

(Francine Cadore, DC, 02/06/2010)

Da coluna Visor, por Rafael Martini (DC, 02/06/2010)
ENGAVETADO

O projeto para dar uma solução definitiva ao avanço do mar na Praia da Armação do Pântano repousa nas gavetas do Deinfra, desde 1999. O secretário de Obras da Capital, José Alexandre Nilton, diz que a proposta apresentada pelo Departamento de Infraestrutura é a que oferece maior viabilidade técnica. Prevê, além do enroncamento (muro de pedras em fase de construção), um molhe de 400 metros (em formato de L, além do engordamento da faixa de areia. Pena que tenham demorado tanto tempo para ser aprovado…

Atrás do prejuízo
Da coluna de Cacau Menezes (DC, 02/06/2010)

Não tem sido fácil convencer as pessoas, mas dar atenção ao meio ambiente é algo que vale a pena, é possível, é necessário, e custa bem menos quando comparado com o preço que essa desatenção causa. Também requer visão e, principalmente, coragem de dizer a verdade. Ninguém contesta a importância do tema, especialmente agora que no Sul da Ilha o mar bravo destrói casas construídas em áreas de preservação áreas que deveriam estar preservadas, isto é, sem quaisquer construções. De imediato, R$ 10 milhões serão retirados do cofre da viúva para gastos emergenciais, no afogadilho, para tentar diminuir os estragos. O óbvio precisa ser dito: é necessário cumprir a lei que terminantemente proíbe construir à beira do mar, em cima de dunas e da vegetação. É preciso também ter coragem para desativar já as áreas que continuam ocupadas ilegalmente.

Fúria

Na tarde de ontem o astral já havia melhorado um pouco no Sul da Ilha. A comunidade da Armação comemorou junto com técnicos da Sulcatarinense a contenção da fúria do mar, a partir de obras emergenciais. Ainda há muito o que fazer, mas o pior foi evitado.