28 maio As opiniões a respeito do Plano Diretor
“Os interesses são muito diversos. Preocupa a futura integração do Plano Diretor com as demais políticas públicas de Florianópolis. Não vale mais investir em concentração urbana na Ilha. Shopping é empreendimento da década de 1970, considerado ultrapassado. Precisamos de outro tipo de turismo, que não o de massa. A cidade hoje carece de ciclovias, parques temáticos, áreas para pedestres.” (Francisco Ferreira)
“O que não pode faltar no novo Plano Diretor é o respeito para com as pessoas e com a cidade de Florianópolis. Cada núcleo tem o seu potencial ambiental, como, por exemplo, o Ribeirão da Ilha, além de sua riqueza cultural. Mas o Ribeirão precisa ser preservado. É necessário que a nova lei reveja Canasvieiras e dê um formato para Jurerê e para o topo de morros. Não se pode tocar muito em áreas como Naufragados e Saquinho.” (Cristina Piazza)
“O novo Plano Diretor não pode esquecer da questão ambiental e do cumprimento da legislação. Sobre marinas, Florianópolis deve ter, pois é bonito e importante. Mas onde? É fundamental que o Plano Diretor determine uma localização para estas áreas. A cidade precisa de um ordenamento náutico.” (Carlos Kreuz)
“Temos uma sobreposição de leis e a inexistência de regras claras. É necessário que se tenha uma atitude de defesa da cidade. Mas não uma ditadura administrativa. A Ilha pode crescer tanto para o Norte quanto para o Sul, mas algo chama a atenção: hoje, se ‘desverticalizasse’ Florianópolis, não existiria mais espaços vazios.” (Helio Bairros)
“Vivemos um momento histórico: ou se rompe com o modelo vigente ou não teremos o que comemorar daqui a 10 anos. Florianópolis precisa buscar a sua identidade. E o Plano Diretor deve impor os limites. Existem bons exemplos, mas não se precisa imitar nada. É preciso assumir o seu papel. Por que não? Do jeito que está, hoje se aterram rios na Ilha. Os moradores, por exemplo, não andam de barco pelo Rio Ratones. Enquanto isso, se pode ir de barco de Londres até a Escócia.” (Walmor Alves Moreira)
“É difícil elaborar um Plano Diretor com tantas demandas e de uma forma que atenda a todos. Há um ano, o Ipuf está ouvindo a realidade da cidade através das audiências públicas nos distritos. Antes, nada se fazia. A situação batia na trave da Susp e respingava no Ipuf. Os computadores sequer faziam leituras de programas simples; no balcão, técnicos atendiam ao público; vereadores subiam direto para as salas dos servidores. Hoje, temos uma ferramenta mais clara para identificar as áreas de preservação. Tudo passa a ser feito com um aparelho GPS. A gestão popular e o efetivo controle público são muito mais importantes. Temos que inverter a cultura de que os vereadores podem mudar o Estatuto da Cidade e o Plano Diretor. Hoje, estamos trabalhando para instalar o conhecimento antes. E não como se fazia no passado: escreve primeiro, discutimos depois.” (Ildo Rosa)
(DC, 27/05/2007)