10 maio Recuperação ambiental
A Operação Moeda Verde desfechada pela Polícia Federal reforçou a evidência de que o desrespeito às leis ambientais causou danos irreparáveis à Ilha da Magia, badalada como “Capital Turística do Mercosul”: invasão de 62 áreas de preservação; poluição dos córregos, ameaçando a salubridade do lençol freático; graves problemas de saneamento básico, abastecimento de água e luz, macrodrenagem e sistema viário; desenfreada especulação imobiliária e conseqüente explosão de conjuntos residenciais e hoteleiros, apesar da precariedade dos recursos naturais; 480 alterações do Plano Diretor, em grande parte ampliativas, contra só duas em Curitiba; irregularidades em 52% das residências e 58% dos empreendimentos comerciais; início tardio do Plano Diretor Participativo (o das praias é de 1985); e comercialização de licenças ambientais, alvo da Moeda Verde. Com razão os ambientalistas defendem a preservação dos sistemas ecológicos da Ilha. Meios? Investir na probidade administrativa dos órgãos ambientais; aplicar aos infratores multas proporcionais aos danos causados; tornar conhecidas e (fazer) cumprir as leis ambientais, sobretudo o Estatuto da Cidade (10.257/2001); para projetos de impacto ambiental e vicinal, exigir estudo prévio de viabilidade; engajar todos os segmentos sociais na preservação e fiscalização; desestimular a imigração excedente à capacidade dos frágeis recursos da Ilha; defender os mananciais de água potável; exaltar a eficiência dos órgãos de Planejamento, Justiça, Segurança e dos próprios cidadãos; defender a preservação do ambiente desde o lar até a escola; lutar pelo Plano Diretor Participativo,orientadasem http://www.ipuf.sc.gov.br e amostradas em www.comfia.com.br.
A Ilha é a casa dos munícipes e turistas, como o planeta é a sua cidade. O bem-estar social verte da sustentabilidade dos recursos naturais. Prosperar sim, mas sustentando viçosa a galinha dos ovos de ouro!
Oswaldo Furlan – Professor aposentado (Artigo, DC, 10/05/2007)