05 abr Plano Diretor Participativo: presente e futuro de Florianópolis
Artigo escrito por Danilo Aronovich Cunha, Consultor e educador social (Fábrica de Comunicação / De Olho na Ilha, 29/03/2010)
Nossa capital está às portas de construir e transformar em lei tudo aquilo que seus habitantes sentem como necessário para que possamos conservar as boas condições que ainda temos e garantir a qualidade de vida para o futuro.
Nosso presente nos ensina que não podemos deixar esse processo nas mãos apenas do poder executivo e do legislativo florianopolitanos. As experiências recentes como a Operação Moeda Verde nos provam que a análise e votação de projeto de lei tão essencial, não podem ficar restritas ao jogo de pequenos e poderosos grupos de interesses, tanto políticos quanto econômicos.
Todos queremos o desenvolvimento pleno de Florianópolis, desde que mantidas as condições de sustentabilidade, respeito ao meio ambiente, e melhores condições de vida para os que aqui vivem e mantêm a cidade com seus impostos, trabalho e amor. Dessa forma, é muito importante que se fique atento para que não se permita que novos patamares de agressão à já frágil realidade de nossa Florianópolis sejam perpetrados.
Nossa capital precisa valorizar sua rica e expressiva cultura própria, suas manifestações culturais, seus artistas e promotores culturais.
Precisamos desenvolver um turismo que para aqui venha sem a expectativa de encontrar uma profusão de paredões de edifício e torres, que mais lembram outros centros gigantescos, que não possuem as belezas naturais nem a pujança artística e cultural que aqui temos.
Não podemos deixar nosso futuro nas mãos de quem só se ocupa e preocupa com mandatos de poder, enquanto a cidade naufraga num trânsito caótico, esgotos não tratados, obras não concluídas e discutíveis soluções urbanas.
Não serão mais andares em prédios, nem mais asfalto ou concreto em ruas e impermeabilizações do solo que vão garantir dias melhores para Florianópolis. Não serão cópias de grandes projetos de outros países que nos deixarão mais inteligentes ou melhor instalados.
Precisamos de conceitos de gestão publica que sejam resultantes do respeito à nossa história, identidade e vocações. Nosso futuro é assunto sério demais para que o deixemos escorrer pelas mãos de mercadores de solo urbano e de belezas naturais.
Por isso, é chegado o momento de comparecer aos encontros, sessões da Câmara Municipal, e acompanhar atentamente todos os movimentos desse importante documento que deverá conter as garantias de tudo aquilo que os cidadãos, honestos e comprometidos com uma qualidade de vida digna e decente, anseiam para suas vidas e das próximas gerações.