22 mar Plano Diretor: Olhar para o futuro
Da coluna Visor, por Rafael Martini (DC, 21/03/2010)
A malsucedida audiência pública para discutir o Plano Diretor Participativo da Capital, já provocou consequências. Prefeito Dário Berger e o presidente da Câmara de Vereadores, Gean Loureiro, decidiram, no final da tarde de sexta-feira, transferir a data da entrega do anteprojeto ao Legislativo. Previsto inicialmente para terça-feira, dia 23, no aniversário da cidade, ficou para o dia 30. Ninguém quer correr o risco de ver manifestante invadindo a sessão solene da Câmara e transformar uma festa em baixaria.
Ainda na sexta-feira, Dário havia confirmado que compareceria à Câmara com o Plano Diretor debaixo do braço.
– Para ser prefeito de Florianópolis é preciso ter coragem e ousadia, por isso vou cumprir o previsto – disse, logo no início da tarde.
Até aquele momento, não conhecia todos os detalhes da confusão que ocorreu na audiência na noite de quinta-feira, no TAC, determinando a suspensão da reunião, pouco mais de uma hora depois de iniciada. Alertado por assessores, aceitou a nova data.
A administração municipal trata o Plano Diretor Participativo como o principal símbolo da gestão de Dário Berger. Capaz, até, de alavancar votos caso ele seja o escolhido pelo PMDB para concorrer ao governo do Estado.
Só que, do outro lado, mesmo sem nenhuma articulação ou “cabeça”, os movimentos comunitários não aceitam a forma como foram conduzidas as definições e vão fazer barulho. No meio desta disputa, os vereadores, que, certamente, sofrerão muita pressão de todos os lados.
Tomara que não se repitam exemplos recentes, como a votação do Defeso do Itacorubi e o Estudo de Impacto da Vizinhança. Ambos os projetos, mesmo encaminhados pelo Executivo, que tem ampla maioria na Casa, foram rejeitados pelos vereadores.
A cidade não merece politicagem. Mas planejamento e organização. A longo prazo. Só assim, todos ganham.