12 mar Monitoramento urbano
Artigo escrito por Vânio Luiz Dalmarco, tenente coronel PM, coordenador do Sistema de Videomonitoramento da SSP (DC, 12/03/2010)
Muitas das ideias inovadoras sobre prevenção ao crime se baseiam no uso de tecnologias. A introdução do uso do circuito fechado de televisão (CFTV) em locais públicos foi uma delas. Observamos um aumento no uso de CFTV em estabelecimentos comerciais, nas empresas, nas ruas e praças de muitas cidades, como forma de prevenção ao crime situacional. No Estado, já são mais de 10 cidades com mais de 350 câmeras móveis (speed dome). As câmeras são instaladas em áreas comerciais com grande fluxo de pessoas e veículos, onde os delitos são mais frequentes.
As avaliações mostram que o sistema de CFTV funciona melhor em crimes contra a propriedade do que sobre os crimes contra pessoas. A eficácia é maior quando as câmeras estão conectadas às centrais de rápida resposta da Polícia Militar. As pesquisas indicam, também, que um sistema de CFTV limita muito pouco os crimes envolvendo drogas e pessoas sobre o efeito de bebidas alcoólicas. Não resolvem os crimes relacionados com as causas sociais e não têm nenhum impacto sobre os fatores da sociedade que influem na criminalidade. Pelo fato de o CFTV registrar o delito, e este registro ser devidamente observado pelo profissional lotado na Central 190, que então providencia a resposta policial rápida, há diminuição sensível da gravidade de dano às pessoas.
O CFTV é algo caro de se instalar, de operar e manter. Os custos variam, dependendo, essencialmente, da tecnologia desejada, da qualificação técnica do fornecedor e do trabalho necessário para implantação, operação e manutenção do sistema. Dispor as câmeras nos melhores pontos demanda conhecimento e responsabilidade.
O cuidado que se deve ter é evitar pensar que o CFTV é o meio mais efetivo para a redução do crime. A iluminação pública e a urbanização de áreas degradadas também podem ajudar. A prevenção ao crime não se define por intenções, mas por seus resultados. As câmeras, como ferramentas tecnológicas em apoio ao policiamento, produzem, realmente, impacto sobre o crime, a desordem e o medo.