27 abr Casa da Alfândega passa por revitalização
A Casa da Alfândega, patrimônio histórico no centro de Florianópolis, passa por duas importantes obras de revitalização. Uma delas, coordenada e patrocinada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prevê a revisão da cobertura, limpeza das calhas e pintura externa de todo o prédio. No projeto, também estão retoques de pintura em duas salas e o hall no lado da frente para a rua Conselheiro Mafra e no escritório do Instituto, no 1º andar, de acordo com o engenheiro fiscal das obras, Mário Alves do Rosário Pires. As intervenções, orçadas em torno de R$ 86 mil, estão sendo viabilizadas com recursos federais do próprio Iphan. “Deste total, 40% já foram repassados”, informa o engenheiro.
Na opinião de Mário, o prédio está muito bem conservado para sua idade. “É importante que sejam realizadas obras de manutenção, garantindo a segurança e a estrutura do patrimônio público”, declara. Entre os problemas relacionados por ele e que estão sendo solucionados está o destelhamento que causava infiltrações. “A telha de estilo colonial amarrada é bastante vulnerável e tende a quebrar por causa de ventos mais fortes”, observa. A pintura também se encontrava descascada. O engenheiro lamenta que o prédio possui problema crônico de umidade, que causa escurecimento nas paredes. “Em 2004 realizamos uma intervenção que solucionou parte do problema”, informa o engenheiro. Foram feitas valas de aeração com caixas de brita junto às fundações, para garantir a ventilação.
Um novo programa para combater a umidade deve ser realizado ainda este ano por meio de estudo geotécnico da região. “Nossa idéia é acabar definitivamente com o problema”, complementa o fiscal, reconhecendo que a questão é de difícil resolução. “A topologia construtiva é feita de pedras que conduzem a água”, explica. As intervenções em curso foram licitadas no final de novembro do ano passado. A empresa gaúcha Pérgola, especializada em restaurações, ofereceu o melhor preço e a obra foi iniciada no final de janeiro de 2007. “O trabalho está muito bom, houve alguns contratempos na cobertura, mas a previsão é de que esteja tudo pronto em meados de maio”, garante Mário.
Novo espaço para atender moradores e turistas
No outro lado do prédio, em frente ao chafariz do Largo da Alfândega, um espaço até então pouco utilizado, também está recebendo melhorias. A Fundação Catarinense de Cultura (FCC), em parceria com a Santa Catarina Turismo S/A (Santur), promove a revitalização da área para abrigar, em breve, o Centro de Informação Turística e Disseminação. A idéia é integrar a FCC e Santur e oferecer aos moradores e turistas computadores com acesso a programas de rotas em todo o Estado e, ao mesmo, tempo, trazer os produtos artesanais do pequeno produtor aos consumidores, informa a administradora da Casa da Alfândega, Luca Polli. “O projeto prevê a comercialização de produtos regionais, como geléias, embutidos e licores, aproximando as atrações dos turistas e incentivando a visitação aos locais de origem”, explica. Luca diz que o modelo é conceito para a gestão interativa da informação turística.
As obras, orçadas em R$ 120 mil e viabilizadas por convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF) devem estar concluídas em 30 dias. Os procedimentos incluem a revisão de portas, pisos, recuperação dos trilhos de trem (o meio de locomoção entrava com cargas na residência antigamente) como atração turística, reforma da cozinha, sanitários, recuperação de reboco e pintura. O projeto foi aprovado pelo Iphan, como explica a coordenadora.
(Gisa Frantz, A Notícia, 27/04/2007)