23 fev “Moradores de rua são o cartão postal do centro”
Da coluna de Carlos Damião (ND, 22/02/2010)
A “morte” urbana da região central de Florianópolis parece ser calculada. Os moradores não dispõem de cinemas, nem qualquer tipo de vida noturna, e muito menos atrações culturais: os museus fecham nos finais de semana. Na única lanchonete aberta na Praça 15, cercada por mendigos e bêbados, o dono tem uma definição: “Eles (os moradores de rua) são o cartão postal do Centro”.
E a revitalização?
No ano passado foi formada uma Comissão de Revitalização do Centro Histórico da Capital. Houve várias reuniões, com a participação de entidades não-governamentais – um dos encontros foi na sede da CDL – e representantes de órgãos públicos, como a Fundação Catarinense de Cultura, Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), entre outros.
Trabalho pesado
O que se sabe é que a Comissão de Revitalização do Centro Histórico não evoluiu porque depende de providências da prefeitura e do Governo do Estado. Sem a limpeza adequada das praças e das ruas, retirada completa dos moradores de rua e policiamento 24 horas não será possível garantir vida nova a uma região que, por incrível que pareça, é densamente habitada.
Nem turismo ajuda
Há centenas de moradias térreas e dezenas de prédios residenciais em toda a região central de Florianópolis, da Praça 15 à Avenida Osmar Cunha, aos altos da Felipe Schmidt, à Hercílio Luz e Mauro Ramos. Não há nada que justifique o abandono da região por parte do poder público, que simplesmente ignora o Centro, até como ponto de parada de excursões turísticas.