03 fev Moradores deixam imóveis em breve
Sentada embaixo da goiabeira, Osnilda Mendes Pereira, 85 anos, curte a brisa fresca. O hábito está prestes a acabar. Moradora há 64 anos da Avenida Deputado Diomício de Freitas, ela terá que deixar o local para a construção do elevado. A prefeitura irá demolir 25 residências e estuda mais desapropriações.
Osnilda não gosta de tocar no assunto e por isso não permitiu ser fotografada. Disse que não sabe quando terá que abandonar a casa em que criou cinco filhos. O mesmo terreno abriga outra casa, na qual moral um filho e uma filha.
Edith Rocha Pereira, 80 anos, também não quis ser fotografada na casa onde morou por 55 anos. Ela e o filho Geraldo Pereira, 46 anos, são os primeiros a deixarem a Avenida. A casa laranja de esquina, de dois andares, já começou a ser demolida. Telhas e janelas serão aproveitadas na construção da outra, no Rio Tavares, que deve ficar pronta em junho.
– Não chega nem aos pés dessa – ressalta Edith.
Enquanto isso, a aposentada vai morar com outro filho, também no Rio Tavares. Além da casa, Edith deixa uma fonte de renda: parte da residência era alugada para comércio, parte para uma família que já se mudou. Ela acredita que o imóvel valia R$ 120 mil a mais do que os R$ 480 mil oferecidos pela prefeitura.
Valmir Severino, 55 anos, também reclama da avaliação da prefeitura. No seu terreno de 441 metros quadrados há duas casas, a dele e outra para alugar. Severino revela que a prefeitura propôs R$ 190 mil a menos do que o estimado por um perito, mas não quis dizer quanto foi.
As desapropriações, no triângulo entre a Avenida e a SC-405, estão ocorrendo aos poucos. O secretário de Obras, José Nilton Alexandre, disse que a prefeitura ainda cogita demolir outras residências, para a construção de uma área de lazer na região.
(DC, 03/02/2010)