05 dez Quem manda no trânsito de Florianópolis?
Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 04/12/23)
A interdição de uma das faixas da rodovia estadual mais movimentada de Santa Catarina em horário de pico, obviamente, é capaz de gerar filas quilométricas. É o que ocorre na manhã desta segunda-feira (4), na SC-401, em Florianópolis. Entretanto, chama a atenção, mais uma vez, a incapacidade da gestão do trânsito da Capital de reagir com agilidade e apresentar alternativas aos motoristas. Mesmo sendo a SC-401 de responsabilidade do governo do Estado, o caso deveria receber a atenção de quem coordena o trânsito de Florianópolis. O problema, porém, é justamente este: quem manda na mobilidade urbana da Capital catarinense?
Um dos maiores problemas do trânsito local é a quantidade de “donos” das vias. Com rodovias, avenidas e ruas administradas pelo governo federal, pelo Estado e pela prefeitura, Florianópolis fica refém da falta de integração entre os entes da Federação. Parece lógico que a fila desta segunda-feira na SC-401 não deveria ser um problema só da Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Era o momento da integração com a prefeitura para que opções fossem encontradas em vias secundárias, de administração municipal. E não falo aqui de “mandar” sob o ponto de vista de fiscalizar e autuar, mas sim da gestão de trânsito.
Resolveria todo o problema? Não, mas mitigaria. Assim como reduziria parte do problemas na entrada e saída da Ilha em dias de acidente nas pontes haver um plano rápido de liberação da ponte Hercílio Luz somente num dos sentidos quando necessário. Mas não há. Da mesma forma, a Via Expressa padece de projetos de resolução rápida das filas em dias de acidente. Uma rodovia de administração federal, mas que tornou-se avenida rápida e de acesso a São José e Florianópolis.
Enquanto cada um cuidar do seu quadrado, quem vai sofrer é o motorista, motociclista, pedestre e passageiro. Falta, definitivamente, um controle integrado da mobilidade urbana da Capital. A gestão pública adotar criar grupos, comitês, salas de gerenciamento de crise, etc. Neste caso, que pede um espaço onde haja um representante de cada ente analisando o trânsito 24h e decidindo sobre as intervenções necessárias, não acontece nada.
A (i)mobilidade de Florianópolis passa diretamente por quem manda ou deixa de mandar em soluções efetivas. Isto fica nítido a cada episódio de caminhão quebrado, acidente ou outdoor prestes a cair, como nesta segunda-feira (4). Enquanto não houver o mínimo de conversa entre os “responsáveis” pelo trânsito em cada via, avenida e rodovia ficaremos esperando pelas próximas ocorrências que vão parar a cidade.