08 nov Greve da Comcap é risco para sindicato se população achar que empresa não é insubstituível
Da Coluna de Renato Igor (NSC, 08/11/23)
A greve da Comcap chega ao oitavo dia nesta quarta-feira (8) sem perspectiva de solução, com decisão favorável da Justiça à prefeitura e determinação de volta ao trabalho sendo descumprida. Como escrevi no dia no 1° dia de greve, o movimento pode ser um tiro no pé do Sintrasem, dependendo da percepção do morador.
A cidade hoje está assim: limpa e com lixo recolhido no Norte da Ilha e Continente, onde há terceirização, e com lixo acumulado no Centro, Sul, Leste e Bacia do Itacorubi, onde a Comcap atua. Já foi pior em greves anteriores, é verdade. Os serviços emergenciais contratados pela prefeitura para os bairros da Comcap estão ajudando a não deixar “um caos” nas calçadas. Não está 100% resolvido, tem muito lixo acumulado, mas já foi bem pior.
A Comcap realiza um trabalho muito bom. A prefeitura aponta que a terceirização ocorre porque a autarquia municipal é mais cara. O custo da coleta de uma tonelada de resíduos pela empresa terceirizada é de R$ 207,00 e da Comcap, R$ 420,00, segundo o Executivo Municipal.
A prefeitura deveria mostrar, em relação de causa e efeito, para onde vai o dinheiro economizado com a terceirização de coleta de resíduos. Mais vagas em creches, postos de saúde?
Por outro lado, a opinião do contribuinte pode ser favorável à terceirização quando ele perceber que um bairro está limpo e o outro não, em função da greve. E, se o morador achar que a Comcap não é insubstituível, será mais fácil para a prefeitura ampliar as terceirizações, sem entrar no mérito aqui, se isso é bom ou ruim.