12 jan R$ 155 mil por dia em Jurerê
Enquanto para muitas pessoas, a estação mais quente do ano é época de descansar, para outras, o verão é tempo de muito trabalho. Para atender os turistas que chegam à capital catarinense, bares e restaurantes funcionam de segunda a segunda. Alguns empresários cobrem o prejuízo do período de inverno com os lucros da temporada. Já os ambulantes querem ganhar um dinheiro extra para ajudar no orçamento do ano.
Na praia de Jurerê Internacional – uma das mais badaladas da Capital e frequentada por turistas endinheirados – vendedores ambulantes, quiosques e restaurantes lucram com o forte movimento na alta temporada. Além de garantir um bom faturamento, o turismo nesta época do ano gera também oportunidade de trabalho para milhares de pessoas, que vêm para Florianópolis
em busca de um ganho extra
A reportagem do Diário Catarinense foi até a praia de Jurerê Internacional para tentar responder a seguinte pergunta: quanto dinheiro circula em um dia de bastante movimento? Somando ambulantes, quiosques e restaurantes, a estimativa chega a R$ 155 mil.
Nesta temporada, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis, 77 ambulantes estão trabalhando em Jurerê, nos serviços de aluguel de cadeiras e guarda-sóis, carrinho de coquetéis e sucos, carrinhos de água de coco, caixas térmicas para venda de bebidas, artesanato e quiosques.
Além desses, outras 10 pessoas vendem sorvetes – elas são consideradas pessoas jurídicas, não ambulantes. A renda bruta de cada um deles em um dia de sol e muita gente na praia varia de R$ 500 a R$ 2 mil, dependendo da atividade. A Secretaria não tem dados oficiais, mas estima que os ambulantes podem movimentar até R$ 50 mil em um único dia. De acordo com o levantamento do DC junto aos vendedores, esse valor pode chegar a R$ 64 mil.
Restaurante recebe 200 mil pessoas
Nos restaurantes, o montante é ainda maior. Em em um dia de sol em Jurerê, cerca de 1,4 mil pessoas passam pelos três maiores restaurantes da beira da praia. Segundo os gerentes, os gastos variam bastante de um consumidor para outro.
– São diferentes perfis. Na parte da manhã, temos clientes que pedem um suco e um sanduíche, por exemplo, e gastam R$ 15. No final da tarde, algumas pessoas chegam a gastar até R$ 4 mil, principalmente com bebidas – explica Leandro Adegas, proprietário do restaurante Taikô.
Adegas afirma que, durante a temporada, o Taikô chega a atender 200 mil pessoas. Neste ano, ele percebeu que o movimento está maior em relação ao verão passado, mas as pessoas estão gastando menos. De acordo com o proprietário, entre abril e outubro o restaurante funciona no prejuízo.
– Claro que os lucros da temporada compensam, mas o custo de manutenção é bastante alto. De novembro a março, gastamos por mês, em média, R$ 30 mil com serviços como limpeza da praia, subsídios para pesquisas de monitoramento da água, entre outros. Isso tudo é desfrutado também por quem frequenta a praia, mas não consome no Taikô – explica o empresário.
No El Divino Beach, a movimentação também é intensa. Para este ano, o gerente Fabiano Felicio espera um aumento de 50%, comparado a 2009.
– Estamos na expectativa de um retorno do público. No ano passado houve uma queda drástica por causa dos desastres naturais e até por causa da crise e queda da bolsa – afirma.
O perfil do público no restaurante El Divino também varia. Segundo a subgerente Deise Couto, na hora do almoço o restaurante atende mais famílias. E a partir das 14h, quem toma conta é o público jovem. Cerca de 70% dos frequentadores são turistas.
1,2 mil ambulantes trabalham na temporada em 24 praias de Florianópolis.
2 mil reais é quanto um ambulante pode faturar em um dia de bom movimento na praia.
1,4 mil pessoas passam, por dia, nos três maiores restaurantes de Jurerê.
14 horas é a carga horária média de trabalho nos quiosques de praia durante a temporada.
(DC, 12/01/2010)