29 set Pensando a Cidade: Saneamento Básico e Meio Ambiente é tema de segundo encontro
Com o objetivo de debater sobre o acesso universal ao saneamento básico, assim como o tratamento de resíduos e medidas para preservar o meio ambiente no município de Florianópolis, a 2ª fase do 1º Ciclo de Debates foi realizada na noite desta quinta-feira, 28, sediado no Plenário da Câmara da capital catarinense.
A reunião, destacada como uma oportunidade de interação e diálogo, foi mediada pela vereadora Manu Vieira, e contou com a presença de especialistas para abordar sobre a temática, tais como Bruno Vieira, Engenheiro Sanitarista (Superintendente de Saneamento Básico Prefeitura de Florianópolis); Henrique Pimont, Arquiteto (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e Ademir Diego Degering, Engenheiro Sanitarista e Ambiental (ACESA, Associação Catarinense de Engenheiros Sanitaristas e Ambientais).
De acordo com a vereadora, o encontro aconteceu de maneira técnica e esclarecedora, onde também em conjunto chegaram a conclusão de que existe a necessidade de acompanhar de perto a Casan e também construir cada vez mais agendas para tratar sobre a qualidade da água oferecida pelo município, assim como a cobertura de esgotamento sanitário.
“Tivemos um debate super técnico e construtivo, onde tivemos a certeza de que precisamos tomar ações frente ao que Florianópolis enfrenta, que é uma crise no seu saneamento, uma vez que a cidade tem somente 55% de cobertura, o que não é o suficiente, pois já deveríamos estar próximos de 70, quase 80%, isso representa uma deficiência no nosso contrato, algo que tem que ser cobrado tanto pela agência reguladora quanto pelo contratante que é a Prefeitura. Comentou-se aqui sobre a necessidade de notificações constantes em cima da Casan, de debates sobre ações construtivas, também de agenda para falar sobre a qualidade de água, a gestão dessa qualidade e principalmente face a maricultura que é uma grande potência da ilha e temos que fazer essas conversas de forma integrada”, finalizou.
Sendo vista como exemplo de centro urbano nacional e internacional em quesitos de saneamento no início do século XX, a capital catarinense foi perdendo tal condição com o passar do tempo. Para promover melhorias e resgatar o título que possuía antigamente, investimentos vêm ocorrendo desde os anos 80, e constituem importante passo para a consolidação de melhorias nesta área. “Acho muito importante esse debate aproximar a Câmara de Vereadores, o Executivo, e, principalmente a população em geral. As pessoas estão aqui para debater, participaram ativamente, creio que é muito bacana que a gente possa construir sempre as ouvindo as colocações das perspectivas diferentes e que a gente possa construir conhecimento conjunto e ouvir novas ideias para estar sempre evoluindo,” afirmou Bruno Vieira – Superintendente de Saneamento Básico Prefeitura de Florianópolis.
Contendo uma vasta área natural, Florianópolis, a partir do início do século XXI, vem enfrentando desafios acarretados pelo desenvolvimento urbano em sua ambientação, os quais chegam a comprometer dunas, lagoas, mangues e encostas cobertas pelas matas ainda remanescentes na cidade. Deste modo, a criação de Unidade de Conservação e Áreas protegidas por legislações específicas é um dos instrumentos usados pelo Poder Público para garantir a preservação desses locais.
Representando a Associação Catarinense de Engenheiros Sanitaristas e Ambientais, Ademir Diego Degering destacou a necessidade de trazer iniciativas como o Pensando a Cidade e discutir com a população as necessidades de problemas recorrentes que a cidade vive. “Um evento como esse falando sobre saneamento básico, mostra que o poder legislativo busca estar à frente dos demais municípios buscando soluções em conjunto com especialistas e a população. Esse é um tema que não se dá muita importância ou se deixa de lado. E aquele patinho feio que você não quer ver, então a iniciativa trazendo esse debate mesmo sabendo que terá polêmicas e discussões sobre o assunto, mostra um grande passo e que vai gerar frutos mais para frente,” destaca o engenheiro sanitarista e ambiental.
Os participantes desta noite destacaram a importância da temática ter sido discutida e trazida para dentro do Legislativo, por ser uma questão muito salutar que dá esperança para que as pessoas consigam manejar isso de uma maneira razoável e quem sabe ótima dentro de algum tempo. Uma delas foi o arquiteto Henrique Pimont, que na oportunidade representou a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura.
“É uma felicidade ver esse debate atingindo cada vez mais círculos e a câmara de Florianópolis é um lugar tradicionalmente de discussão dos assuntos da cidade e isso mostra como esse assunto levantado aos poucos durante muitos anos finalmente atingiu o estágio que deve ser, porque é um dos assuntos prioritários da nossa cidade”.
(CMF, 28/09/2023)