FloripAmanhã propõe a Revitalização do Aterro da Baía Sul

FloripAmanhã propõe a Revitalização do Aterro da Baía Sul

O futuro do Aterro da Baía Sul entra em discussão depois de mais de 50 anos da sua implantação em Florianópolis.

A iniciativa faz parte da programação dos 18 anos da Associação FloripAmanhã, comemorados neste mês de agosto. “O objetivo é reunir experiências e vozes diversas em territorialidade urbana para discutir possíveis caminhos para o local”, anuncia o professor Salomão Mattos Sobrinho, vice-presidente da entidade e mentor do evento. “A partir das iniciativas sugeridas nesse encontro, a FloripAmanhã pretende abraçar a causa não só da revitalização e viabilidade legal e financeira desse espaço, como também, e prioritariamente, definir sua real vocação”, destaca Jaime de Souza, presidente da Associação. 

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, delegou à FloripAmanhã a condução dessa discussão na cidade, assim como a articulação da proposição de projetos integrados de uso ordenado e sustentável para toda a área do Aterro.

Inscrição gratuita neste link.

E por que trazer essa discussão à tona?

Quem explica a motivação é a jornalista e conselheira da FloripAmanhã, Karin Verzbickas, que vai mediar os debates com especialistas em espaços urbanos e experts em PPP (participação público-privada), além de representantes da União, do Governo do Estado e da Prefeitura da Capital. “Esta é uma área nobre da cidade, que hoje infelizmente está de costas para o mar, totalmente descaracterizada do seu projeto original, insegura, sem uma vocação definida e, pior, sem qualquer conexão com as pessoas que desejam usufruir e viver Florianópolis”, resume.

Denominado Aterro da Baía Sul, este espaço está localizado entre dois marcos históricos e visuais: o Imperial Hospital de Caridade e a cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz, onde também está situado o Parque da Luz. A extensa área do aterro significa hoje uma área conflituosa na cidade, cenário de atrito na ocupação de diversos poderes, vítima da má gestão, abandono e insegurança.

O aterro é de 1972, ou seja, tem 51 anos. É definido pelos estudiosos e urbanistas como o grande causador do afastamento da ilha do seu território marítimo. Naquele espaço há instalações advindas dos três poderes, todas executadas sem planejamento ou integração entre elas. Para citar algumas: Estação de Tratamento da Casan, dois terminais urbanos de ônibus um interestadual (Rita Maria), um centro de convenções, uma grande área sem uso, às vezes com um circo ou evento itinerante, Passarela do Samba e escola de esportes, acolhimento de moradores de rua, museu da Marinha, camelódromo, entorno do Mercado Público, Alfândega, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Fórum, praça Tancredo Neves, etc.

Não foram poucos os projetos de ocupação pensados para aquela área neste meio século de existência. Mais recentemente, a agência de publicidade Propague apresentou o projeto de um Museu de Inovação, o MADI, que será apresentado no evento pela arquiteta Juliana Castro. O primeiro projeto consistente pensado para o Aterro foi de ninguém menos que Burle Marx, mas sua implementação ficou pela metade, e hoje só sobraram algumas palmeiras doentes.

Outro projeto de destaque desenvolvido foi o do Parque Metropolitano Dias Velho, do arquiteto André Schmidt, e previa até um canal artificial entre a Estação de Tratamento de Esgoto da Casan e o Centro de Convenções, além de uma área gastronômica de frente para a Baía Sul. O arquiteto morreu em 2019 e o projeto até hoje não saiu do papel.

Muitas outras iniciativas – coletivas e individuais – foram pensadas e apresentadas. Todas sem sucesso. “O que reina hoje é uma total falta de articulação entre os muitos ocupantes, nenhuma trilha urbana convidativa ao pedestre, ciclista ou mesmo usuário de transporte público ou privado, um grande número de usuários de drogas, comércio ilegal e moradores de rua ocupando os espaços públicos e uma grande confusão legal. Isto porque, num primeiro entendimento, aquela é uma área da União e concedida a diversos poderes. Porém hoje, praticamente todos com suas concessões de uso vencidas”, esclarece o presidente da FloripAmanhã Jaime de Souza.

Para discutir o futuro deste importante espaço, a FloripAmanhã promoverá o Fórum sobre a revitalização do Aterro da Baía Sul, no dia 31 de agosto, às 14h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

O que esperar do evento

O evento terá uma palestra de abertura de Michel Mittmann, secretário Municipal de Planejamento e Inteligência Urbana de Florianópolis, que vai falar sobre as estratégias urbanas para esse território, nos trazendo o que está sendo planejado pela Prefeitura. Em seguida, uma mesa formada por especialistas e representantes nas esferas estadual e federal vai dar o tom do debate. Entre os convidados estão: Marcelo Fett, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Santa Catarina, Dr. Daniel Paladino, promotor de Justiça do Ministério Público SC, Vinicius Lummertz, empresário e ex-secretário de Estado do Turismo de SP, Juliano Pinzetta, que responde pela Superintendência do Patrimônio da União e Julaina Castro, arquiteta e criadora do projeto do MADI (Museu de Arte Digital), que foi concebido para ser instalado no Aterro da Baía Sul.

PROGRAMAÇÃO:

14h – Boas-vindas, formação de mesa de autoridades e rápida conceituação do evento (Karin Verzbickas)

14h05 – Professor Salomão e Dr. Jaime abrem evento pela FloripAmanhã

14h15 – Prefeito Topázio Neto faz discurso de abertura

14h30 – Palestra com Michel Mittmann – Estratégias Urbanas para o reencontro da cidade com o Mar: Um Plano Necessário – (ocupação, projetos, situação legal, intenção de uso e vocação)

14h45Karin Verzbickas desfaz a mesa de autoridades e forma a mesa de debates

14h50 – Vinicius Lummertz (experiências de PPP em investimentos de espaços públicos)

15h05 – Dr. Daniel Paladino (importância desta área para a integração social)

15h20 – Juliano Pinzetta (os processos cessão de áreas da União e as prioridades do atual Governo)

15h35 – Marcelo Fett (como a inovação e a vocação tecnológica podem contribuir para a ocupação inteligente pelo Governo do Estado)

15h50 – Juliana Castro (Como o MADI pode impulsionar a ativação do uso público no Aterro da Baía Sul através da Arte)

16h10 – Debate com os convidados, mediação de Karin Verzbickas

17h – Encaminhamentos e Encerramento

 

SERVIÇO:

O que: Fórum sobre Revitalização do Aterro Da Baía Sul

Onde: Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright da Assembleia Legislativa – SC

Quando: Dia 31/08 (quinta-feira)

Horário: 14h

Inscrição gratuita: link

(Publicado por DeOlhoNaIlha, 29/08/2023)


A Associação FloripAmanhã é uma entidade signatária do Movimento Nacional ODS Santa Catarina.

Essa iniciativa voluntária, de caráter apartidário, plural e ecumênico, é voltada à promoção dos compromissos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Composto por mais de 500 signatários e presente em 54 municípios, o movimento atua por uma sociedade inclusiva, ambientalmente sustentável e economicamente equilibrada. Várias ações desenvolvidas pela FloripAmanhã estão diretamente vinculadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.